JORNAL DO CONCELHO DE SEIA E REGIÃO

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Responsabilidade e cobardia o ocidente lá vai suportando toda a miríade de crimes de Israel

Na noite desta mais recente sexta-feira, lá nos surgiu Clara Ferreira Alves, perorando sobre a intervenção de Israel em Gaza, mas num tom tal que de pronto me trouxe ao pensamento a sua obra EM NOME DO PAI, onde nos expõe os inenarráveis sacrifícios dos arménios às mãos dos turcos. Devo dizer que consegui ficar impressionado, mesmo dolorido.

Nesta sua obra, Clara expõe-nos os sacrifícios sofridos por cristãos às mãos de muçulmanos. Simplesmente, está hoje a decorrer um confronto entre judeus e muçulmanos, sendo que os primeiros, como referiu António Guterres com oportunidade e coragem, vêm sufocando os segundos desde há perto de seis décadas. Uma realidade já exposta há dias pelos embaixadores Fernando d’Oliveira Neves e Francisco Seixas da Costa. Ora, sobre esta realidade, quase nada nos chegou, mormente de modo continuado, por parte de Clara, como também de Ana Gomes, ou de António Costa, por exemplo. E da IL, ou do Chega, bom, o melhor é fingir que se esquece…

De modo concomitante, tanto Clara como Ana Gomes há muito nos dizem que o Donbass, tal como a Crimeia, é da Ucrânia, porque assim no-lo indica o Direito Internacional Público, mormente por via da sua Carta das Nações Unidas. Em contrapartida, sobre a ocupação de 60 % do território do Estado da Palestina na Cisjordânia, com a colaboração da polícia e das Forças Armadas de Israel, mas por igual do Ocidente cúmplice, bom, quase não se fala. É também uma ilegalidade, à luz das tais referências acima apontadas, mas de que quase não se fala…

Tal como aconteceu com a Ucrânia, também neste caso do conflito criado aos palestinos, desde há décadas, por Israel, quase não se fala. A uma primeira vista, os dois Estados só agora se confrontaram, fruto das práticas terroristas de membros do Hamas em 07 de outubro. Para a enorme maioria dos que nos surgem nas televisões, esta ação terrorista de 07 de outubro é um crime, e até hediondo, mas os milhões de sacrifícios, e de todo o tipo, aplicados por Israel aos palestinos, ao longo de muitas décadas, bom, quase nada é dito.

Do mesmo modo, ocupar partes de um território de outro Estado é um crime à luz do tal Direito Internacional Público, mas desde que o ato seja praticado pela Federação Russa sobre a Ucrânia, porque se for o território da Cisjordânia ilegalmente ocupado por Israel, quase de tal crime não se fala. Simplesmente, esta dicotomia, por acaso passada em tempo comum, mostra uma coisa: se for o Ocidente a violar o Direito Internacional Público, pois, nada de mal vem daí, mormente pelas abordagens jornalísticas, mas se for alguém ocidental a ser alvo de procedimento semelhante, bom, é logo um tremendíssimo crime.

Tem-se falado sobre o Hamas como uma estrutura terrorista. Simplesmente, esta ideia não é universal: é-a para os Estados Unidos e Estados de si dependentes, como Israel e os da União Europeia, mas já o não é para as Nações Unidas e para uma multiplicidade de outros Estados. De resto, Menachem Begin foi também procurado por atos de terrorismo e de homicídio, mas a verdade é que chegou a Primeiro-Ministro de Israel.

De igual modo, foi interessante observar o salto opinativo da generalidade dos nossos comentadores sobre a votação de ontem na Assembleia Geral das Nações Unidas: nas anteriores situações, em torno da grande batalha da Ucrânia, os resultados eram exaltados sem limites, mas desta vez, com Israel a ser claramente posto em causa, já a decisão não é vinculativa! Como se Israel alguma vez se tenha sentido vinculado com as resoluções aprovadas pelo Conselho de Segurança!! E como se os Estados Unidos não se estivessem nas tintas para o Direito Internacional Público, para a Carta das Nações Unidas e para esta mesma instituição!!!

Por fim, esta evidência já incontornável: o Direito Internacional Público, tal como a enormidade das instituições internacionais de Direito, têm uma origem – até uma localização – ocidental. E ainda uma segunda evidência: para quando o reconhecimento de Francisco, à semelhança do que já referiu a propósito da invasão da Ucrânia, sobre que os territórios da Cisjordânia são do Estado da Palestina, devendo, por isso, ser deixados pelos colonos de Israel? E, mesmo por fim, uma terceira evidência: quando se determinará o PS de António Costa a reconhecer o nascimento do Estado da Palestina, ao invés de operar aparentes raciocínios ao redor do Direito Internacional Humanitário? Conseguirá dotar-se da essencialíssima coragem?

Não creio: nem António Costa, nem Montenegro, nem a grande maioria dos nossos detentores de soberania. Um dado é certo: temos a democracia…

Da Ideia à Realidade: Um segredo por detrás de uma marca!

Vivemos num mundo onde a arte do branding e do design destaca-se como um pilar fundamental para qualquer marca, para isso, estudamos e desenvolvemos as diferentes formas de mostrar ao mundo comercial e não só, a concretização de uma ideia em forma de projetos e modelos para a tornar mais vendável ao nosso público-alvo.
Uma identidade de uma marca cativante, pode ser a diferença entre o sucesso e a obscuridade no mercado altamente competitivo dos dias de hoje.
Na era digital, a marca de uma empresa é o seu rosto, a sua voz e a sua promessa perante os seus clientes. É aqui que entra o branding e o design. E vocês perguntam? Eles são mesmo importantes para a criação de uma boa marca? Sim, o branding e o design são elementos importantíssimos no que toca à construção de uma boa marca, é com eles que conseguimos transmitir a personalidade e o valor necessário de um negócio.
Uma identidade de uma marca forte permite estabelecer uma confiança e ligação com qualquer cliente, tornando-se mais fácil fazê-la destacar-se num mercado onde a concorrência é cada vez mais desenfreada.
No entanto, as empresas não são entidades estáticas, elas evoluem, adaptam-se e inovam. É aqui que falamos do rebranding. O rebranding é o processo de revitalizar a imagem de uma empresa. Fazer ajustes completos e sensíveis, permite-nos criar uma nova perspetiva de uma marca. Esta pode ser uma manobra estratégica para nos mantermos relevantes e competitivos num cenário que permanece em constante mudança.
Um logótipo bem pensado, um esquema de cores enquadrado ou mesmo uma tipografia bonita pode deixar uma impressão duradoura no cliente, mas é com a imaginação, a criatividade e o empenho que conseguimos construir uma boa marca, afinal, este é o segredo por detrás de uma marca!
Aléssia Varão – Designer
dappin |Agência de Marketing

EDITORIAL: Todo o Homem tem direito a uma vida digna

Ao fim de um mês de férias, cá estamos, novamente, em contacto com os nossos leitores para levar, até vós, a nossa voz mais liberta de tanta coisa que se tem passado e que, ao longo do tempo, nos traz preocupados.
Não bastava a pandemia para logo aparecer a guerra entre Ucrânia e Rússia que a todos está a afetar. Também outros países do mundo estão em convulsões a atritos permanentes.
A guerra está aí. A fome e a degradação social já é uma certeza.
Quando todos andávamos na esperança de dias melhores, cai, sobre nós, a inflação, num fogo mundial que leva a todas a dificuldades tremendas com o aumento do custo de vida. Depois, todos aqueles que adquiriram um teto por intermédio de um empréstimo bancário vivem na angústia de terem de entregar as casas aos bancos. Na mesma situação, os jovens ficam inibidos de ter uma casa e constituir família, não obstante do governo tentar minimizar esta situação com algumas medidas.
No entanto, os bancos e outros, “senhores da guerra”, continuam a ganhar fortunas.
Os mais desfavorecidos da sociedade são “carne para canhão”, morrem de fome, vivem sem eira nem beira, enquanto outros vivem repastados nas suas orgias… e a escravidão continua!
Triste sorte de um povo que tem no seu seio, tantos agiotas afirmados e todo um séquito a querer seguir o exemplo dessa gente sem escrúpulos.
Da nossa parte continuamos a defender todos aqueles que são vítimas destes algozes, tentando de tudo para os fazer parar e pensar que todo o Homem tem direito a uma vida digna.
Creio que com o tempo, o mundo mudará o “status quo” das pessoas e nota-se que todos nós temos necessidade disso.
Todos precisamos de ter carinho e afagados com comportamentos de boa educação e respeito, valores estes que, infelizmente, se estão a perder a olhos vistos.
Acreditamos, plenamente, que os verdadeiros valores morais devem estar na ordem do dia, relegando todos aqueles que querem alterar e remetê-los à sua triste insignificância.
Vamos continuar de cabeça erguida sem deitar a toalha ao chão, tal como fez a Sociedade Musical Estrela da Beira, de Santa Marinha, que comemorou 177 anos de existência e que, neste lapso de tempo, passou por tantas adversidades. Fui seu componente com muito fervor.
Nos dias de hoje, ela está bem viva e altaneira, sendo um orgulho de todos os santamarinhenses e aqueles que amam esta terra.
Ela leva por todo o território de Portugal, e não só, o calor e a garra da gente desta terra, situada no sopé da Serra da Estrela.
Somos de Santa Marinha! Os nossos antepassados deixaram-nos um legado que é e será sempre objeto de um pensamento de gratidão e para as suas gerações vindoiras.
Não posso esquecer aqueles que já partiram e com o seu suor, calcorrearam montes e vales por amor à sua Filarmónica e à sua terra natal, pedindo a Deus por todos e aqueles que acompanhei durante 9 anos, que as suas almas descansem em paz.

Depois de Férias

Passaram dois meses desde a última edição do Jsm. A guerra continua. As mortes continuam. As destruições continuam.
O ódio continua assanhado e sem sinais de entendimento.
Os negócios de armas continuam, mais perigosas e destruidoras. São muitos milhões por dia para a indústria das armas.
Os políticos que mandam e decidem continuam bem presentes e deixam recados:

  • “Esta guerra vai ser longa!” – Palavras pronunciadas com solenidade pelo secretário da NATO.
    O mesmo secretário e muitos outros políticos afirmam: “Esta guerra está para durar”.
    Quando são organizações que surgiram para as guerras, como é o caso da NATO, que se formou logo depois da Segunda Guerra Mundial 1941-1945, as afirmações guerreiras não espantam. A NATO representa os interesses dos EUA e das armas.
    Os EUA têm uma longa história de andarem envolvidos em guerras e de se intrometerem em países estrangeiros.
    A guerra continua.
    O descontentamento percorre o mundo. Já não são os países pobres a reclamar e a viver em dificuldades.
    A miséria também está nos países antes considerados ricos, como a França, Inglaterra, Alemanha. As manchas de pobreza já chegaram a esses países.
    As notícias informam pobreza generalizada.
    Foi notícia que a “Industria da Tecnologia gastou mais de 113 milhões de euros em dois anos em Lobi em Bruxelas”.

As notícias dizem que as “Administrações públicas financiaram os bancos em 9,9 mil milhões de euros (9.900.000.000!) nos primeiros seis meses de 2023.
As notícias confirmam que “grandes empresas conseguem ter lucros adicionais e inesperados de 917 mil milhões euros (917.000.000.000 de euros!).
Lucros não esperados!… Adicionais!…
São estes escândalos de concentração de riquezas em poucas mãos, com a anuência dos governos, que estão a despertar a indignação do Mundo. Muitas instituições não-governamentais estão a exigir maior carga de impostos sobre ganhos adicionais.
A pobreza no Mundo cresce. Para alguns, a riqueza aumenta.
Um sismo em Marrocos levou muitos milhares para a morte, deixando aquele povo num desespero. Casas ruíram, deixando escondidos nos escombros muitas famílias que viviam em situações difíceis. O rei desse povo estava numa de muitas casas que tem em Paris. Chegou tarde e poucos o viram.
Na Líbia, o furacão Daniel caiu em chuvadas torrenciais que levou barragens a ruírem pela pressão das enxurradas, arrastando muitos milhares de crianças, idosos, de famílias, soterrados por lama, enxurradas que empurravam tudo o que havia pela frente até ao mar.
De lembrar que aquele povo vivia num regime político que não agradava aos governantes dos países ditos democráticos do ocidente.
Foram os países do ocidente civilizado que foram à Líbia para levar a democracia. Depois de muitos anos, aquele povo não tem democracia, mas tem guerras e conflitos entre grupos, um vazio de poder, um excesso de pobreza, equipamentos deteriorados pela falta de manutenção e de cuidados. Ao jeito das enxurradas.
Precisamos de um Mundo sem guerras. Sem armas.
Precisamos de um Mundo de Paz.
Queremos uma sociedade sem pobreza, sem exploração do trabalho. Onde todos possam viver em Paz.

A importância das rotinas: para os humanos… mas não só!

A pandemia, a crise, a guerra, a inflação, a falta de tempo, as férias de Verão. Todos estes são motivos muitas vezes avançados para justificar o número crescente de animais abandonados em Portugal, mas o tema continua sempre atual, particularmente nesta altura do ano. Os canis municipais não têm meios físicos nem humanos para dar resposta aos pedidos de ajuda, as associações dependem de donativos e estão constantemente sobrelotadas, e a conjuntura atual não facilita o aumento das adoções de animais.
Desde 2014 o abandono de um animal de companhia é crime, previsto e punido pelo Código Penal português, e sendo também uma contra-ordenação muito grave, está prevista a punição com uma coima de 2.000€ até 7.500€. Apesar disto, a realidade é que todos os anos são abandonados mais de 40 mil animais de estimação e este número não inclui os casos de abandono que não são reportados às autoridades. Ainda há um longo caminho a percorrer a propósito deste tema tão importante quanto assustador nesta altura do ano: as férias de Verão continuam a representar o auge do abandono animal em Portugal. Nesta altura das férias é sempre possível as famílias recorrerem a hotéis e pet-sitting, ou mesmo optarem por férias em alojamentos que permitem animais de companhia. Outra solução muito popular é a cooperação com um amigo, vizinho ou familiar: quando um está de férias, o outro cuida dos animais, e vice-versa.
A informação é a melhor arma para combater o abandono animal, já que a sensibilização das pessoas sobre este flagelo e sobre a importância da esterilização poderá ajudar a evitar milhares de animais nas ruas! Pode parecer um exagero, mas um casal de gatos não esterilizados e a sua descendência, em 3 anos irá originar em média 1728 gatos! Facilmente se percebe que é impossível encontrar famílias para todos os animais que nascem diariamente em Portugal. É por este motivo que existem campanhas municipais de esterilização, bem como campanhas de captura, esterilização e devolução de cães e gatos.
A responsabilidade é de todos. A decisão de ter um animal de companhia implica responsabilizar-se também pela saúde reprodutiva dele. Quando deixamos o nosso animal procriar, mesmo que todos os filhotes consigam ter famílias, estamos a continuar o ciclo vicioso: esses animais também se irão reproduzir e a família que os acolheu poderia estar a retirar um animal da rua, do canil ou de uma associação sobrelotada! O que devo fazer se suspeito ou tenho conhecimento de um caso de abandono animal?
O abandono de animais de companhia é um crime público, ou seja, qualquer cidadão que assista ou tenha conhecimento de uma situação de abandono de um animal pode denunciá-la. A denúncia deve ser efetuada junto das autoridades policiais, nomeadamente da PSP e da GNR, através dos seguintes contactos: • PSP: Linha telefónica 21 765 4242 e e-mail defesanimal@psp.pt • GNR: Linha SOS Ambiente e Território – número azul 808 200 520.

Às pessoas com deficiência mental / intelectual o respeito que lhes é devido

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aceitou a mudança do termo “deficiência mental” para “deficiência intelectual”, alteração apresentada na Declaração de Montreal, Canadá.
Muitos dos que connosco se cruzam na rua são pessoas que precisam de respeito. São pessoas com Deficiência Intelectual – (DI). Pessoas tantas vezes mal tratadas e desprezadas.
A Deficiência Intelectual (DI) é uma realidade que pode passar despercebida. Essas pessoas e seus familiares carregam dias pesados, dias de futuro inseguro, de luta constante com as dificuldades da vida.
Deficiência caracterizada por deficit no desenvolvimento neurológico, manifestado por limitações no funcionamento intelectual e no comportamento adaptativo e social, pelas poucas habilidades manifestadas na solução das suas dificuldades de funcionamento.
De maneira geral, a DI é diagnosticada nos primeiros anos de vida e pode variar de leve, moderada, grave e profunda.
Muitos com Síndrome de Down, simpáticos, afetivos, geralmente sociáveis.
Os médicos neuropediatras salientam que as causas da DI podem resultar de síndromes genéticas e de muitas outras causas desconhecidas, como de problemas ocorridos por ocasião do parto.
O diagnóstico é feito pelo registo de comportamentos que a criança manifesta em conformidade com a sua idade real.
Uma DI ligeira, por vezes só se manifesta na escola.
Pelos 4 anos de idade, uma criança já é capaz de identificar as cores básicas. Se aos 6 anos não as conhece, isso pode ser indicador de deficit em seu desenvolvimento.
Cerca de 70% dos casos de DI são considerados de grau leve. As questões genéticas são as mais chamadas aos diagnósticos.
O diagnóstico é feito após uma extensa análise multidisciplinar, que pode ajudar ao melhor tratamento da criança.
Em todos os casos o importante é a inclusão dessas crianças. Mesmo com os avanços nas políticas de inclusão, ainda há muitas dificuldades para essa população.
É importante que os pais, as instituições, a sociedade partilhem iniciativas, encontros com a participação dessas crianças, jovens e os já adultos. Nunca rejeitar essa população, nem deixá-la à margem da sociedade.
As iniciativas ajudam à consciencialização da sociedade sobre as vidas difíceis dessas crianças e jovens com deficiências e das suas famílias.
Conviver, partilhar informação e experiências ajuda à inclusão de todos.
Qualquer mãe, qualquer pai conhece o que é um filho com DI, com autismo, com Trissomia21.
Famílias que vivem vidas difíceis.

Está feliz no seu trabalho?

A infelicidade no local de trabalho é um problema real e recorrente. Quantas vezes já se interrogou acerca de como o seu trabalho o faz sentir? A que respostas costuma chegar?
Mentalmente são criadas reflexões positivas e animadoras? Ou conclui que a reflexão apenas trouxe à sua consciência pensamentos e cenários negativos, acompanhados de desilusão, tristeza ou até frustração?
A infelicidade no trabalho pode estar relacionada com um fator isolado ou com um conjunto de fatores.
Sente-se valorizado? A desvalorização pode ser financeira, por identificar a sua remuneração inadequada para as suas funções e responsabilidades, mas pode também ser de carácter emocional. Falta de reconhecimento pela sua dedicação e esforços diários, poucos elogios e baixo espírito de entreajuda.
É clara a relação entre desvalorização e desmotivação. Quanto mais valorizados nos sentimos, mais motivados e empenhados estamos em cumprir os nossos papéis e em procurar fazê-lo com maior competência. Contudo, a desmotivação estende-se a outros elementos. Relações desgastantes, exigências acrescidas e pouca (ou nenhuma) perspetiva de progressão de carreira.
Nos dias de hoje, este problema é preocupante.
Habituámo-nos a ouvir que “o dinheiro não é tudo”, mas continua a não ser atribuída a devida atenção a estes aspetos.
A felicidade não tem preço. Por isso, faça um bom trabalho ao preocupar-se diariamente consigo!
Na consulta de Psicologia, o Psicólogo ajuda na identificação dos motivos de insatisfação no local de trabalho, delineando, conjuntamente, estratégias comportamentais e emocionais essenciais à gestão de desafios laborais com implicação nas diferentes áreas da vida.

Chegou o Outono

Estamos no meio da primeira metade do quarto trimestre de 2023 que nos mostra uma Seia que teima em continuar a ser um grande estaleiro de obras no começo de mais um outono. Ele é o centro de saúde, as obras no 1º de Maio e na avenida Terras de Sena, a construção de mais um supermercado, enfim, um autêntico frenesim de obras que pode fazer crer aos mais otimistas que se trata de um sinal de crescimento. Porém, um olhar mais profundo constata, isso sim, alguns sinais que devem preocupar quem cá vive: despedimentos em fábricas e na banca, esta já só abrem em alguns dias da semana ou só no período da manhã (alguns bancos), repartições públicas que passaram a atender só no período da manhã, etc. Claro que os novos horários da banca têm a ver com a redução das deslocações aos balcões, mas não só, tem também a ver com sermos interior e termos pouca população, logo menos clientes. Claro que as repartições fecham porque também reduziu a deslocação aos balcões mas também porque são menos os funcionários que podem atender e vão sendo, também, cada vez menos as pessoas que habitam o concelho. Os sinais negativos não vêm apenas da banca ou de alguma indústria – também o ensino superior em Seia não nos anima muito com o baixo número de novos estudantes cá colocados. Creio que a inversão desta má tendência deve representar um desafio para todos os que cá habitamos, com um dever de particular responsabilidade para as lideranças politicas. E creio, também, que urge identificar os principias “clusters “ para promover cada fileira, em modo de diálogo com todos os intervenientes na cadeia. O queijo e o turismo são, necessariamente, estratégicos, já se viu, mas há que olhar à volta e identificar outros e, quiçá, mais recentes.

Há quem continue a afirmar que apoiar a Ucrânia não é defender a paz e, antes pelo contrário, é fomentar a guerra. A minha teoria é outra: os arautos da teoria “pacifista” mais não pretendem do que “anular” a resistência à invasão da Ucrânia, aliando-se, dessa forma, “objetivamente”, ao invasor russo. Como se trata de um pacifismo recente, que só funciona para um lado, creio que poucos darão ouvidos aos referidos clamores. Já agora, sublinho positivamente o facto de a Ucrânia estar a atingir alvos russos na Crimeia, demonstrando que tem capacidade ofensiva e não apenas defensiva.

Os velhinhos não são lixo para jogar para no caixote

Para quem nos ler, o artigo de opinião, no seu título, poderá ser considerado duro e cruel mas após uma pequena reflexão acompanhada dos indispensáveis sentimentos de justiça, realismo e imparcialidade, chegar-se-á à terrível conclusão de que não existe exagero de linguagem nem desvio da verdade. É cruel ter de o afirmar mas é tempo dos portugueses – o bravo povo da padeira de Aljubarrota e de Nuno Álvares Pereira, olharem em frente e sem hesitação nem medo, gritarem alto e bom som: BASTA DE MENTIRA E HIPOCRISIA.
Vamos, pois, aos detalhes: ninguém poderá ter dúvidas de que a revolução dos cravos – o 25 de Abril – foi das datas mais desejadas e festejadas da História de Portugal. A Liberdade e a democracia são valores inestimáveis que andavam arredios do nosso povo, há longos anos e cuja conquista foi e é motivo de enorme alegria e de eterna gratidão aos militares de Abril. Convenhamos, porém, que alguns dos valores conquistados com a Abrilada, têm vindo a ser esquecidos, ignorados e até espezinhados por alguns políticos e governantes nos últimos anos. Se calhar é mentira que, em “nome da democracia”, os sucessivos governos com maior incidência no atual têm colocado nos lugares públicos e de influência social, elementos afetos ao emblema e à camisola sem se preocuparem com a competência, a capacidade e a seriedade intelectual com o único propósito de apenas alargarem o seu leque de influências e apoiantes? Não será verdade que, na Administração Pública, nos tempos que correm, a maior parte das nomeações é feita apenas e tão só em função do emblema e da cor da camisola? Será ou não verdade que a tática dos governos, muito em particular o socialista, é atirar com a resolução dos problemas para os anos seguintes num propósito claro e inequívoco de fazer coincidir o seu plano de ação com o calendário eleitoral?
E os velhinhos, doentes, esquecidos, carenciados e ignorados, podem esperar pelo amanhã? Para que fala essa gente em nome duma democracia que eles próprios vão matando aos poucos? Foi esse o ideário que os capitães lhe transmitiram? Essa gente tem consciência de que não devem nem podem ser as instituições de solidariedade social, a substituir-se às obrigações que incumbem ao governo? Querem que os idosos, tão esquecidos, ignorados e maltratados pelo poder central, sejam atirados para os caixotes do lixo face à agonia das Instituições de Solidariedade Social?
Vamos ter de levantar, bem alto a voz da nossa revolta em nome de Abril e daqueles que já se não ouvem porque a voz entrou em falência!
Deixemo-nos de mentiras, de conversa fiada, propaganda ou hipocrisia e de uma vez por todas respeitemos Abril e os que, velhinhos e sem saúde, anseiam por uma ajuda – aquela que os capitães se não cansaram de anunciar.
Abaixo a farsa, a mentira, a demagogia e a hipocrisia. Chamem o general Eanes, o Sá Carneiro, o Álvaro Cunhal ou o homem dos cafés Delta!
Este é o tempo certo para Marcelo e para os portugueses!

O JORNALISMO LOCAL E A CORRUPÇÃO

Dois temas abordados recentemente nesta coluna (O Ensino Superior em Seia, no JSM de 31/05 e de 30/06 e a APdSE, no JSM de 28/07) suscitaram contactos, por via oral e escrita, de leitores reagindo aos conteúdos dos artigos publicados.
Em ambos os casos os leitores manifestaram a sua concordância de opinião, denunciando, com casos concretos, situações que confirmavam e mesmo reforçavam a opinião publicada.
Mas uma outra particularidade era comum em ambos os casos; os leitores, ou as pessoas que representavam, solicitaram que os seus comentários não fossem publicados ou divulgados os seus nomes, preferindo manter o anonimato, com receio de represálias e perseguição nos seus locais de trabalho.
Alguns pensarão que se trata de pura imaginação mas, estou certo, muitos leitores conhecem ou vivem mesmo situações idênticas. Instala-se o medo de falar e de se manifestar livremente, com receio de consequências penalizadoras para si ou mesmo para os seus familiares. O medo é uma reação natural do nosso corpo que faz parte do instinto de sobrevivência e, por isso, é utilizado muitas vezes em situações ou por organizações menos transparentes para criar esse sentimento junto dos seus interlocutores ou colaboradores, quando se pretende exercer uma relação de prepotência suportada por decisões autocráticas e baseada em escolhas e preferências pessoais, políticas ou mesmo ideológicas, e não no mérito ou competências dos envolvidos.
Este clima potencia, inevitavelmente, o emergir da corrupção.
As situações que acima referi ilustram bem o ambiente que se vive localmente em algumas instituições e ajudam também a perceber a falta de rigor, de competência e de ambição dessas organizações que, assim, acabam por contribuir para o não desenvolvimento local.
A imprensa local tem aqui um papel fundamental, que acaba por se traduzir num serviço em defesa ou consolidação da democracia, investigando, opinando e noticiando, com rigor e verdade.
Jan-Werner Mueller (*) num artigo de opinião recente (Project Syndicate, 2023/06/18, “Can Local Journalism Be Saved?) afirma que “…para que o governo local funcione adequadamente deve haver jornalismo local para responsabilizar políticos e legisladores…” e, ao abordar o declínio do jornalismo local em várias partes do mundo, não tem dúvidas em afirmar que as implicações negativas para a democracia são evidentes. Trata-se de um fenómeno também vivido localmente, já abordado anteriormente nesta coluna, restando o jornal que tem nas mãos como um exemplo raro de sobrevivência e resiliência.
Ainda segundo o professor Mueller, no mesmo artigo, “cientistas sociais que estudam este tema demonstraram claramente que menos jornalismo local resulta em níveis mais altos de corrupção, prejudica a competição política e reduz o envolvimento dos cidadãos”.
O papel da imprensa e jornalismo locais é noticiar os factos e acontecimentos locais que não merecem a atenção do noticiário nacional, mas ainda, através da opinião fundamentada e da verdade na informação, denunciar as situações menos transparentes, e representar aqueles que, por medo ou falta de meios, não se podem manifestar.

(*) Jan-Werner Mueller é professor de Política na Universidade de Princeton e membro do Instituto de Ciências Humanas de Viena. Tem um livro publicado em Portugal, “O Que é o Populismo?”, Texto Editores, julho de 2017.
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