“As minhas músicas já chegaram a vários países, especialmente à Europa, onde a música eletrónica tem bastante força.”
Ricardo Figueiredo emigrou para a Suíça há cerca de 10 anos. É natural de São Romão e a procura de novas oportunidades, tanto profissionais como pessoais, levou-o a deixar para trás a família e os amigos.
A adaptação a este novo país foi feita gradualmente e a língua foi o principal obstáculo que teve de contornar. Sendo a Suíça um país com uma qualidade de vida acima da média, mas também, de oportunidades, foi aqui que Ricardo Figueiredo conseguiu realizar um sonho antigo: produzir a sua própria música. Começou como DJ, mas rapidamente, passou a fazer as suas próprias músicas. Com o tempo foi aprimorando as suas produções, acabando por conquistar espaço no panorama eletrónico. Tem tido várias solicitações para mostrar o seu trabalho em vários palcos do mundo, mas especialmente nos da Europa e o seu nome artístico “Richiesoul” já é conhecido por muitos. Aliás, quem acompanha o seu trabalho sabe que pode esperar sets energéticos e produções envolventes.
Jornal Santa Marinha (JSM) Há quanto tempo decidiu emigrar e quais as razões que o levaram a sair da sua terra?
Ricardo Figueiredo (RF): Decidi emigrar para a Suíça há alguns anos, mais propriamente, 10 anos, à procura de novas oportunidades, tanto profissionais quanto pessoais. A Suíça sempre me atraiu pela sua qualidade de vida, segurança e organização. Atualmente, vivo no Cantão de Valais e tenho conseguido equilibrar a minha vida profissional e a minha paixão pela música.
JSM: Foi fácil deixar tudo para trás e ir para um país diferente?
RF: Não foi uma decisão fácil. Deixar a família, os amigos e a nossa terra nunca é simples, mas encarei-a como um desafio e uma oportunidade de crescimento. Felizmente, com o tempo fui-me adaptando e criando raízes aqui.
JSM: Como caracteriza a Suíça?
RF: A Suíça é um país muito organizado e estruturado, com uma economia forte e uma cultura de respeito e disciplina. O custo de vida é alto, mas as oportunidades de trabalho são boas. Quanto aos emigrantes, o acolhimento depende muito da região e da mentalidade das pessoas. É um país com muita qualidade de vida e oportunidades, mas, também, tem seus desafios, como qualquer outro lugar.
JSM: Foi difícil a adaptação? E a língua?
RF:A adaptação foi feita de uma forma gradual. A língua foi um dos maiores desafios, mas com o tempo fui aprendendo e hoje já me sinto confortável.
JSM: Como começou a sua paixão pela música?
RF: Desde cedo a música sempre fez parte da minha vida. Comecei como DJ, mas rapidamente senti a necessidade de produzir as minhas próprias músicas para expressar melhor a minha identidade musical. Com o tempo, fui aprimorando as minhas produções e conquistando espaço na cena eletrónica.
JSM: Tem investido muito na sua carreira de DJ e produtor?
RF: Sim, tenho investido bastante, tanto em termos de tempo quanto financeiramente. Produzir música exige dedicação, equipamentos e muito estudo. Mas é algo que faço com paixão e foco.
JSM: Como deu a conhecer o seu trabalho? Tem alguma agência?
RF: Através das redes sociais, plataformas de streaming e, claro, tocando em eventos. Também conto com o apoio de alguns contactos no meio, mas ainda faço muito trabalho independente.
JSM: Quais os países que já conhecem o seu trabalho?
RF: As minhas músicas já chegaram a vários países, especialmente à Europa, onde a música eletrónica tem bastante força.
JSM: Realiza muitos espetáculos? Onde?
RF: Neste momento dedico-me mais à produção, mas já tenho alguns contactos para eventos futuros.
JSM: De onde vem sua inspiração?
RF: A inspiração vem de diferentes experiências de vida, emoções e até mesmo de outros estilos musicais. Gosto de misturar referências para criar algo único.
JSM: Com que artistas já trabalhou?
RF: Já trabalhei com alguns artistas e produtores do meio eletrónico, com o intuito de agregar novas sonoridades ao meu trabalho.
JSM: Onde passam suas músicas?
RF: As minhas músicas estão disponíveis nas principais plataformas de streaming, como Spotify, Apple Music e Beatport, além de serem tocadas em rádios de todo o mundo e sets de DJs.
JSM: O seu nome artístico “Richiesoul” já é uma marca. As pessoas já o conhecem?
RF: Sim, aos poucos tenho construído o meu nome no panorama eletrónico. Quem acompanha o meu trabalho sabe que pode esperar sets energéticos e produções envolventes.
JSM: Tem previsto o lançamento de novos trabalhos?
RF: Sim! Estou sempre a trabalhar em novas músicas e, em breve, terei novidades. Produzo as minhas faixas no meu estúdio, onde passo grande parte do tempo aperfeiçoando o meu som.
JSM: Nos seus espetáculos, costuma divulgar a sua terra?
RF: Sempre que posso, faço questão de mencionar as minhas origens e levar um pouco de Portugal para onde quer que vá.
JSM: Pondera regressar a Portugal?
RF: Portugal sempre será a minha casa. Se um dia houver uma boa oportunidade, posso considerar voltar.
JSM: Como caracteriza o seu concelho?
RF: Um lugar cheio de história, cultura e pessoas acolhedoras. É sempre bom voltar e sentir essa ligação especial.
JSM: Costuma vir frequentemente a Seia?
RF: Sempre que posso. Quando volto, gosto de aproveitar a gastronomia, rever amigos e recarregar energias.
JSM: Se pudesse mudar algo no concelho, o que seria?
RF: Acho que incentivar ainda mais a cultura e a música poderia trazer novas oportunidades para os jovens talentos da região.
JSM: É difícil ser emigrante e estar longe de casa?
RF: Sim, há momentos difíceis, especialmente quando estamos longe da família e dos amigos. Mas também é uma experiência enriquecedora.
JSM: Uma mensagem final…
RF: Acreditem nos vossos sonhos e nunca deixem de lutar pelo que realmente querem. O caminho pode ser difícil, mas a paixão pelo que fazemos sempre nos leva adiante.