

Os autarcas da região das Beiras e Serra da Estrela e de Dão-Lafões afirmaram, numa reunião realizada em Trancoso, com a ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, querer celeridade na concretização dos projetos de estabilização das encostas ardidas e na proteção das linhas de água das cinzas deixadas pelos fogos.
Os autarcas presentes nesta reunião, entre eles o presidente da Câmara Municipal de Seia, Luciano Ribeiro, relembraram a ministra de que as primeiras chuvas que estão a aparecer em breve, vão levar consigo as cinzas que irão contaminar as linhas de água e criar graves problemas nestas regiões. Se não houver uma rápida intervenção, os autarcas acreditam que está situação irá prejudicar as populações e os seus bens.
Luciano Ribeiro, presidente da Câmara de Seia, um dos municípios afetados pelo incêndio que começou no Piódão e atravessou o Parque Natural da Serra da Estrela, nao se mostrou otimista com a reunião. “Pergunte-me depois do Inverno, se valeu ou não a pena esta reunião”, disse em declarações à agência Lusa.
O autarca senenese lembrou que esta situação não é novidade para muitos dos autarcas que participaram na reunião, em Trancoso.
“Muitos de nós sabemos o que é preciso fazer e como fazer, fruto do que tem acontecido nos últimos anos, o que pedimos é menos constrangimentos burocráticos — e não me pareceu estar tudo ainda dentro do mesmo diapasão”, assumiu.
Luciano Ribeiro disse esperar que surjam “problemas burocráticos posteriores às intervenções físicas”, adiantando que no seu concelho há diversas linhas de água em risco e zonas muito declivosas.
“Em 2005, tivemos uma experiência devastadora no pós-incêndio, em particular na Ribeira de Alvoco, e portanto há a necessidade de intervir imediatamente nalguns sítios que sabemos que são mais críticos, mais perigosos para as populações, tendo a noção que é impossível salvaguardar todas as linhas de água, de escorrência ou principais. Depois, por aquilo que percebi, logo se vê se temos apoios do Governo”, disse.
O autarca de Seia reiterou que tudo vai depender de “quando chover”, tendo adiantado que o município já está a trabalhar nalgumas intervenções prioritárias.
“Vamos tentar minimizar e mitigar os riscos para as populações e para os seus bens, em particular naquelas zonas de maior prejuízo futuro”, garantiu