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Água Doce – um recurso precioso, mas escasso

A água doce é essencial à vida e constitui um elemento necessário para quase todas as atividades humanas, além de ser uma importante componente da paisagem e do meio ambiente.

Torna-se necessário, por isso, analisar a importância da água doce, a sua distribuição, os desafios que enfrentamos e as soluções que podemos adotar para garantir a sua conservação e o seu uso sustentável.

A água doce deve ser gerida como um bem comum, não como uma mercadoria, dado que considerar a água como um negócio irá deixar para trás os que não podem aceder ou pagar os preços de mercado, sendo a água indispensável à sobrevivência da Humanidade.

De toda a água existente no Planeta, cerca de 97,2% é salgada e apenas 2,8% é água doce. Da água doce existente cerca de 69% encontra-se congelada nas calotas polares e nos cumes das altas montanhas, cerca de 30% localiza-se no subsolo e o restante 1% em rios e lagos.

A água doce tem uma baixa concentração de sais minerais, o que a torna adequada para consumo humano e utilização agrícola tendo, portanto, um papel fundamental no funcionamento dos ecossistemas e na manutenção da biodiversidade e impactando, fortemente, com a saúde e a qualidade de vida das pessoas.

A maior parte da água doce é utilizada na irrigação de plantações (70%), sendo que dos 30% restantes aproximadamente 20% são utilizados pela atividade industrial e 10% são destinados a consumo humano, existindo escassez de água potável em diversas regiões do globo, muito devido a uma gestão inadequada dos recursos hídricos.

Nos últimos anos, o consumo de água no mundo aumentou substancialmente para fazer face ao crescimento populacional e às maiores necessidades em termos de produção agrícola tendo em vista alimentar cerca de 8 biliões de pessoas.

A ONU declarou, em 2010, que possuir acesso à água potável e ao saneamento básico é um direito humano essencial. No entanto, ainda hoje muitas pessoas continuam privadas desse direito dado que, a nível mundial, cerca de 2 biliões de pessoas não têm água potável de qualidade.

A importância deste recurso levou a ONU a decretar o Dia Mundial da Água, que se comemora a 22 de Março de cada ano, sendo que também a sociedade civil se está a mobilizar para esta causa de que é exemplo a iniciativa H2Off: Hora de fechar a torneira.

Esta iniciativa pretende estimular a reflexão sobre o uso da água, consciencializando para que seja mais eficiente e equilibrado. O desafio consiste em fechar a toneira por uma hora entre as 22H00M e as 23H00M de cada dia 22 de Março.

Para responder à crescente falta de água doce e potável vários países têm avançado com centrais de dessalinização que “transformam” a água do mar em água doce.

Por exemplo em Israel, onde a precipitação média anual diminuiu significativamente e a população duplicou nos últimos 30 anos, o País foi obrigado a recorrer à dessalinização em larga escala, com base em 5 centrais dessalinizadoras que produzem cerca de 600 milhões de m3 por ano.

Portugal possui uma central de dessalinização a funcionar desde 1980, na ilha de Porto Santo, que fornece água potável para os cerca de 5 000 residentes da ilha e para os turistas, tendo capacidade para abastecer 35 000 pessoas e, em breve, irá ser construída uma outra central de dessalinização no Algarve.

Uma outra forma de gerir a escassez de água será reciclar as águas residuais e efetuar a sua utilização para a rega de projetos agrícolas e jardins.

Em Israel 85% dos terrenos agrícolas é regado com água de esgotos reciclada e purificada. Portugal, atualmente, apenas recicla 1,2% das águas residuais para rega de espaços verdes, campos de golfe e alguns projetos agrícolas, havendo o objetivo de chegar a 20% até 2030.

É, portanto, imperioso e também urgente fazer uma utilização consciente e eficiente deste recurso essencial e precioso para a vida que é a água doce.

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