Figueiró da Serra, no norte da Serra da Estrela, será o palco de um fim de semana prolongado de ação comunitária para a prevenção de incêndios. O evento decorre de 1 a 4 de maio e é promovido pela Associação Veredas da Estrela, em parceria com a Fundação Montescola e a Associação Verdegaia, da Galiza. A iniciativa insere-se no projeto europeu “De Monte a Monte – Territórios Resilientes”, que promove estratégias participativas de regeneração ecológica e resiliência climática em regiões rurais de Portugal e Espanha.
Durante quatro dias, Figueiró da Serra e Gouveia acolhem oficinas, saídas de campo, ações de voluntariado e encontros comunitários, com especialistas e participantes dos dois lados da fronteira. O programa é diversificado e acessível a todos os públicos, com várias atividades abertas à participação de crianças e famílias – como o Bioblitz (1 de maio), uma exploração da floresta à procura de vida selvagem, a ação de controlo de mimosas (1 de maio), ou a oficina de construção de caixas-ninho para chapins e morcegos (3 de maio), especialmente pensada para toda a família.
A manhã de sábado (3 de maio) inclui também um dos destaques da programação: uma ação prática de gestão florestal, que servirá como campo de experimentação de boas práticas ecológicas de prevenção de incêndios, como as chamadas faixas vivas — zonas de vegetação autóctone que promovem a biodiversidade e funcionam como barreiras naturais ao fogo. Esta abordagem, dinamizada em parceria com o grupo Faixas Vivas, será aplicada no terreno com a orientação do biólogo Manuel Malva, co-fundador da Associação Milvoz.
“Desde que fundámos a Veredas da Estrela, temos procurado aliar a prevenção de incêndios à conservação e regeneração de ecossistemas afetados pelos incêndios de 2017 e 2022. Nesta atividade queremos perceber melhor como uma faixa viva pode funcionar como aliada para proteger pessoas e ecossistemas”, explica Corinna Lawrenz, presidente da Associação Veredas da Estrela.
Para complementar esta atividade, a segurança no trabalho florestal será abordada numa oficina orientada por Bruno Vilela, especialista galego com vasta experiência na formação de operadores de motosserra e brigadas de proteção civil.
O programa conta, ainda, com a participação de Elizabete Marchante, investigadora da Universidade de Coimbra e especialista em espécies invasoras, que orientará uma oficina prática de controlo de mimosas e uma formação e ação de campo em Gouveia, em parceria com a Câmara Municipal, dedicada à recuperação de um ecossistema ripícola afetado pela proliferação de plantas exóticas.
A iniciativa culmina a 4 de maio com uma assembleia comunitária aberta ao público, com a participação das Brigadas Deseucaliptizadoras da Galiza, num momento de partilha de experiências, desafios e caminhos comuns para um futuro mais resiliente.
O projeto “De Monte a Monte – Territórios Resilientes” pretende fortalecer a capacidade das comunidades para responder aos desafios das alterações climáticas e da perda de biodiversidade, com base na ação local, na partilha de conhecimentos e na cooperação transfronteiriça. O projeto é co-financiado pelo programa Erasmus+ da União Europeia.
Um homem, de 69 anos, foi hoje encontrado sem vida, caído no chão da sua residência, em Santa Marinha (Seia). Ao que tudo indica, a vítima não era vista desde terça-feira.
Eram cerca das 12.20h quando os Bombeiros Voluntários de Seia foram acionados pelo CODU de Coimbra para esta situação.
No local estiveram três elementos dos BV Seia, com uma viatura, GNR de Seia, com dois elementos e um meio e SIV de Seia, com dois elementos.
O óbito foi declarado no local pela Delegada de Saúde e a vítima foi transportada para o Instituto de Medicina Legal da Guarda.
O despovoamento das comunidades do interior não é apenas um problema estatístico ou uma questão a ser resolvida exclusivamente pelo poder político. É um desafio que nos diz respeito a todos: a quem escolheu viver nestes territórios, a quem sente o peso da sua história e a quem acredita no seu futuro. Não podemos esperar por soluções que venham de fora. Se queremos um interior vivo, dinâmico e sustentável, temos de ser nós os primeiros a arregaçar as mangas.
O associativismo é uma das formas mais eficazes de fazer a diferença. Sempre que uma associação organiza um evento, recupera uma tradição, dinamiza um espaço ou cria uma oportunidade para os mais jovens, está a contribuir ativamente para que o interior seja um lugar mais atrativo para viver. São estas pequenas ações coletivas que fazem a diferença, que fortalecem o tecido social e que transformam desafios em possibilidades.
A cultura e as artes têm um papel fundamental neste processo. A participação em associações culturais que promovam o teatro, a música e outras expressões artísticas é essencial para despertar crianças e jovens para o mundo das artes e incentivar a criatividade. Projetos deste tipo não só enriquecem a vida da comunidade, como ajudam a combater o isolamento e a atrair pessoas para o território, promovendo um ambiente mais dinâmico e inspirador.
O desporto é outro fator de coesão e dinamização do interior. Colaborar com clubes desportivos locais é contribuir para a criação de espaços onde crianças, jovens e adultos possam desenvolver hábitos de vida saudáveis, espírito de equipa e sentido de pertença. O desporto não é apenas uma atividade recreativa – é uma ferramenta poderosa para unir comunidades, atrair visitantes e fomentar o desenvolvimento local.
Ao mesmo tempo, a preservação das tradições e da cultura regional deve ser uma prioridade. O interior tem um património riquíssimo que merece ser valorizado e promovido. Eventos como as feiras do queijo em Seia e noutras localidades vizinhas demonstram o potencial que existe quando se aposta na identidade local como motor de desenvolvimento. Estas iniciativas não só atraem turistas e dinamizam a economia, como também reforçam o orgulho da população nas suas raízes e tradições.
Por outro lado, o poder local tem um papel essencial, mas a sua ação só será verdadeiramente eficaz se contar com o envolvimento das populações. As autarquias podem criar infraestruturas, promover políticas de fixação de pessoas e atrair investimento, mas nada disto terá impacto real se as comunidades não se mobilizarem, se não houver participação ativa, propostas concretas e vontade de construir um futuro melhor.
Se escolhemos viver no interior, então também escolhemos cuidar dele. Precisamos de estar atentos, de contribuir, de dar ideias, de apoiar iniciativas e de assumir a responsabilidade pelo território que queremos deixar às próximas gerações. Isso pode significar desde participar numa associação local até apoiar o comércio da terra, desde dinamizar um projeto comunitário até simplesmente valorizar e divulgar o que de melhor existe na nossa região.
O interior não tem de ser sinónimo de abandono ou de falta de oportunidades. Pelo contrário, é um território cheio de potencial, onde a qualidade de vida, a proximidade entre as pessoas e a riqueza cultural podem ser os motores de um novo ciclo de desenvolvimento. Mas nada disto acontece por inércia. A revitalização do interior precisa de ação, precisa de todos.
É tempo de nos envolvermos, de fazermos acontecer.
É já amanhã, dia 22, que a sede da União de Freguesias de Santa Marinha e São Martinho vai acolher, a partir das 18 horas, um convívio comunitário.
Este é um momento especial de encontro, partilha e união das comunidades. O evento conta, ainda, com o hastear da Bandeira de Mérito Social 2025, uma distinção atribuída recentemente.
“Os clientes finais do que fazemos na HFA estão por todo o mundo. Costumamos dizer que a eletrónica está em todo o lado e… nós fabricamo-la.”
A empresa tecnológica HFA está a desenvolver um componente de fibra ótica para a gigante americana de telecomunicações Verizon, uma das maiores operadoras do mundo.
Carlos Alves nasceu no Congo, mas desde muito cedo veio para a Lapa de Tourais (Seia), onde passou a sua infância e fez os seus estudos primários. Frequentou o liceu em Seia e, quando acabou os estudos secundários, saiu, como tantos outros jovens, para o ensino superior. Licenciou-se em Engenharia Eletrónica e Telecomunicações pela Universidade de Aveiro e, mais tarde, tirou uma especialidade em Engenharia da Qualidade. Foi em Águeda, onde reside, que começou a trabalhar numa empresa, na altura, ligada à área da metalomecânica e onde deu início ao departamento de eletrónica. Após 10 anos de trabalho, Carlos Alves e dois outros colaboradores decidiram comprar o negócio da empresa para a qual trabalhavam e criar, em 1995, a HFA – Henrique, Fernando & Alves, S.A. A empresa iniciou a sua atividade com 10 colaboradores e, hoje, tem cerca de 400. Já o Grupo HFA, formado por várias empresas, com produtos próprios, nas áreas de telecomunicações, de energia, cidades inteligentes, iluminação etc., conta com mais de 800 colaboradores.
Carlos Alves divide o seu tempo por várias empresas das quais é administrador. Com mais de 30 anos de experiência em eletrónica, tem estado envolvido em inúmeros projetos tecnológicos, primeiro na área de desenvolvimento e, mais tarde, como gestor de topo.
Atualmente é, ainda, embaixador na Universidade de Aveiro e Conselheiro do Departamento de Eletrónica e Informática (DETI) da Universidade de Aveiro e da Escola Superior Tecnologia e Gestão de Águeda (ESTGA) e Embaixador da ONU para os Objetivos de Sustentabilidade (ODS) da ONU.
A HFA é uma empresa com 30 anos de experiência na indústria eletrónica. Os clientes finais da HFA estão por todo o mundo. A título de exemplo, a empresa produz placas que estão a funcionar na Estação Espacial Internacional e em satélites em órbita terrestre e, também, nos submarinos e fragatas da Marinha Portuguesa.
Com grande ligação a Seia, este empresário não esquece o concelho que o viu crescer e, por isso, gostava de criar uma delegação ou uma empresa tecnológica no concelho. Contudo, como diz, “sozinho nada se consegue.” Para tal, considera que“é preciso criar condições para ter pessoas com talento, ter os diversos fornecedores por perto. Tem que se começar por criar condições para que aqueles que vivem em Seia e vão estudar fora, tenham condições de voltar, e assim começar a ter pessoas com formação na zona que atraia as empresas.”
Jornal Santa Marinha (JSM): O Carlos Alves não é natural de Seia, mas tem uma forte ligação ao concelho. Fale-nos de si, onde reside, qual a sua formação académica…
Carlos Alves (CA): Nasci no antigo Congo Belga, mas muito cedo vim para a Lapa de Tourais onde passei a infância e fiz os estudos primários. Em seguida, frequentei o Liceu em Seia, seguindo, posteriormente, para a Universidade de Aveiro, onde obtive a licenciatura em Engenharia Eletrónica e Telecomunicações e, mais tarde, uma especialidade em Engenharia da Qualidade. Atualmente resido em Águeda, onde se localiza a empresa HFA de que sou administrador. Para além disso, sou atualmente embaixador na Universidade de Aveiro e Conselheiro do Departamento de Eletrónica e Informática (DETI) da Universidade de Aveiro e da ESTGA – Escola Superior Tecnologia e Gestão de Águeda e Embaixador da ONU para os Objetivos de Sustentabilidade (ODS) da ONU.
JSM: Em 1995 criou uma empresa em Águeda de Eletrónica e Telecomunicações, a HFA-Henrique, Fernando & Alves, S.A. Fale-nos da história desta empresa, da sua evolução, em que áreas atua…
CA: Quando terminei a licenciatura na Universidade de Aveiro fui trabalhar para Águeda onde iniciei o departamento de eletrónica numa empresa que trabalhava na altura na área da metalomecânica. Após 10 anos de trabalho, conjuntamente com dois outros colaboradores, decidimos criar a empresa HFA comprando o negócio da empresa para a qual trabalhávamos na altura. A título ilustrativo, a HFA iniciou com 10 colaboradores e hoje tem cerca de 400.
JSM: Quais os investimentos que têm feito ao longo dos anos, os projetos em que estão envolvidos e os produtos que estão a desenvolver?
CA: Ao longo do percurso empresarial fui co-fundador de outras empresas na área tecnológica e, agora, divido o tempo por várias empresas das quais sou administrador. Com mais de 30 anos de experiência em eletrónica, tenho estado envolvido em Inúmeros projetos tecnológicos, primeiro na área de desenvolvimento e, mais tarde, como gestor de topo.
Dos projetos em que me envolvi destaco a digitalização da rede de telecomunicações em Portugal, há 40 anos atrás e, na ultima década, as redes de novas geração com a introdução da fibra. A criação e ser membro de associações empresariais que muito contribuem para a atração de talento e investimento na região onde trabalho, também são outros projetos dos quais faço parte.
JSM: No ano passado, a HFA anunciou que adquiriu equipamentos de produção altamente especializados na área da microeletrónica. Em causa está o XFP NG-PON2 ONU. Que produto é este, para que serve e para quem está a ser produzido?
CA: É um produto desenvolvido por uma das nossas empresas que trabalha na área da fotónica e que é a única solução no mundo, de momento, para multiplicar por 10 a largura de banda de um equipamento terminal, que disponibiliza sinal em fibra (NG-PON2). O cliente é uma das maiores operadoras do mundo (Verizon) nos EUA. Temos um contrato de 5 anos de fornecimento desta tecnologia. Trata-se de um produto complexo que exige uma grande quantidade de testes e controlos rigorosos.
JSM: Este produto foi adquirido através de um investimento de cerca de cinco milhões de euros, financiado pelo PRR, no âmbito da Agenda Microeletrónica. De que se trata esta agenda e de que forma ela é importante para o aumento da capacidade produtiva.
CA: A Agenda da Microeletrónica é um consórcio criado no âmbito das Agendas Mobilizadoras do Plano de Recuperação e Resiliência em Portugal. Envolve um conjunto de 17 parceiros e visa posicionar Portugal na linha da frente no mercado de chip design, chip packaging, assemblagem eletrónica e reciclagem de REEEs, com capacidade para fornecer a Europa e outros mercados globais. Os investimentos concentram-se no aumento da capacidade produtiva nacional, no desenvolvimento de tecnologias avançadas, I&D, formação e capacitação de recursos humanos, internacionalização da imagem do setor e na reciclagem sustentável de resíduos.
JSM: A HFA pensa criar algum produto tecnológico próprio?
CA: O Grupo HFA, formado por várias empresas, tem produtos próprios, nas áreas de telecomunicações, de energia, cidades inteligentes, iluminação etc.
JSM: Sabemos bem do elevado preço da energia em Portugal. Isto não torna menos competitivo o vosso produto final? Ou têm soluções alternativas? Atualmente é muito importante a sustentabilidade do meio ambiente. Sabemos que a HFA tem vários compromissos nesta área. Como é feito o trabalho nesta área ambiental, uma vez que os resíduos utilizados por empresas tecnológicas são altamente poluentes?
CA: A preocupação pela Sustentabilidade e pela Ética nasceu de uma forma espontânea e natural na HFA e foi amadurecendo e ganhando uma estrutura sólida ao longo do tempo. A política de Responsabilidade Social da empresa focaliza-se, fundamentalmente, nas questões sociais, económicas e ambientais, relativas a situações do quotidiano da empresa e na interação com todas as partes interessadas. Para nós, a sustentabilidade esteve sempre presente ao longo dos 29 anos de existência. Não é uma moda! Sempre defendemos que uma empresa deve prestar contas e responsabilizar-se pelo seu impacto na sociedade. Sempre fomos transparentes nas nossas atividades e em todos os momentos fizemos por ter um comportamento ético, respeitando os interesses das partes interessadas e tentar seguir as normas internacionais do respeito pelo estado de direito. Na HFA fazemos a separação de resíduos e trabalhamos com os clientes e fornecedores para reduzir o desperdício eletrónico e transformar os resíduos em recursos.
Na HFA investimos em tecnologias que nos permitem reduzir o impacto ambiental das nossas operações e aumentar a eficiência energética. Um dos exemplos é a utilização de fornos com consumo de energia mais eficiente, que nos ajudam a reduzir, significativamente, o gasto energético durante o processo de produção, mantendo a qualidade dos nossos produtos. Além disso, utilizamos o verniz clean, que é uma solução mais ecológica para proteger os nossos circuitos eletrónicos. Este verniz reduz a emissão de compostos orgânicos voláteis (COVs), contribuindo para um ambiente de trabalho mais seguro e para uma menor poluição ambiental. Estas iniciativas fazem parte do nosso compromisso com a sustentabilidade, alinhando a inovação tecnológica com a responsabilidade ambiental.
JSM: A HFA tem uma forte presença no mercado nacional, mas também internacional. Com que clientes e países trabalham?
CA: Os clientes finais do que fazemos na HFA estão por todo o mundo. Costumamos dizer que a eletrónica está em todo o lado e… nós fabricamo-la. Na Europa, trabalhamos com os principais players da indústria automóvel, nas telecomunicações, aos equipamentos que produzimos asseguram as comunicações, por exemplo, em França, EUA, Brasil, República Dominicana, Israel e, claro, Portugal. Temos placas produzidas por nós a funcionar na Estação Espacial Internacional e em satélites em órbita terrestre e também nos submarinos e fragatas da Marinha Portuguesa.
JSM: As parcerias são fundamentais para o sucesso das empresas. Também a HFA trabalha com parceiros que são uma mais-valia para a concretização dos seus objetivos. De que forma é que estas colaborações são essenciais para a consolidação e avanço da empresa?
CA: Fazemos parte de uma cadeia de valor e nada pode ser feito sozinho. É necessário criar relacionamentos de longo prazo e entender o negócio do parceiro. É preciso humildade e ver o todo e muitas empresas não estão preparadas para isso. Leva tempo de aprendizagem (é como namorar antes do casamento), mas as pessoas não têm tempo, mas como diz a canção do velho Bob Dylan, os tempos estão a mudar… times are changing. As questões são complexas, dependem de empresa para empresa, mas acredito que uma visão clara e compartilhada é essencial, assim como a capacidade (inclui negociação) de criar relacionamentos em que todos ganham. Acho que a nossa melhor vantagem é a capacidade de nos adaptarmos às necessidades dos nossos clientes e, quanto a mim, não é uma questão de aptidão, mas de iniciativa.
“Não é o mais forte da espécie que sobrevive, nem o mais inteligente que sobrevive. É o que é mais adaptável à mudança.” Charles Darwin … há mais de 150 anos.
JSM: O mercado eletrónico é muito competitivo e exigente. Por isso torna-se tão importante uma empresa recorrer a técnicos especializados e a constantes formações, para uma melhor aposta na qualidade, na inovação e na excelência. Neste campo, como atua a HFA? Esta empresa conta com quantos colaboradores?
CA: A empresa tem cerca de 400 colaboradores e o Grupo tem mais de 800. O ambiente empresarial é muito competitivo, com todas as empresas a quererem atrair os melhores talentos. Procuramos recursos humanos de longa duração, que ambicionem ter um emprego como projeto de vida e estabilidade profissional. Sentimos dificuldade em estimular e reter o talento de profissionais que cada vez mais valorizam ambientes cosmopolitas e é difícil competir com Barcelona, Zurique ou Berlim. Mas investimos no desenvolvimento e o bem-estar dos nossos colaboradores, valorizando-os como a força vital da HFA e temos conseguido atrair e reter.
JSM: Há cerca de um mês, a HFA atribuiu, pelo quarto ano consecutivo, bolsas de estudos a estudantes da região de Águeda. Este é outro compromisso que a HFA quer continuar a manter…
CA:Na HFA, acreditamos que a educação transforma vidas. É por isso que promovemos iniciativas que garantem acesso inclusivo e equitativo à educação, capacitando pessoas para um futuro mais sustentável. Através da atribuição de bolsas de estudo, visitas escolares, estágios e parcerias com escolas e universidades, trabalhamos para que mais pessoas tenham acesso a uma educação de qualidade e estejam preparadas para construir um futuro melhor para todos.
JSM: Vem frequentemente a Seia? Como caracteriza este concelho? E em termos tecnológicos?
CA:Sempre que posso vou a Seia, visitar a família. Em termos tecnológicos penso que o concelho está bem servido, nomeadamente de fibra e tem empresas que estão a trabalhar bem nas suas áreas. Penso é que o concelho tem que saber comunicar melhor. Dentro do concelho e externamente. Precisamos de atrair pessoas e investimentos, mas temos de dizer quem somos, como nos organizamos para os receber e como iremos corresponder às suas expetativas. O concelho tem que trabalhar na internacionalização da região de Seia, ao nível da captação e instalação de capital/empresas e divulgação de competências e recursos em mercados internacionais, então teremos de ser muito práticos, ajustados a uma sociedade em mudança, com diferentes perspetivas de vida e com novas ambições para a sua vida profissional.
JSM: Por estar ligado a esta terra, alguma vez pensou em criar uma delegação ou uma empresa tecnológica em Seia?
CA: Sim gostava, mas como já disse antes sozinho nada se consegue. É preciso criar condições para ter pessoas com talento, ter os diversos fornecedores por perto. Tem que se começar por criar condições para que aqueles que vivem em Seia e vão estudar fora, tenham condições de voltar, e assim começar a ter pessoas com formação na zona que atraia as empresas. Pessoas nas áreas da gestão, da engenharia, nas TICE, na química etc etc.
JSM: O concelho de Seia tem tido, ao longo dos anos, dificuldades em criar condições para atrair novos investimentos, novas empresas em diversas áreas e até mesmo fixar recursos ou atrair turistas e população. Na sua opinião isto deve-se a quê?
CA: Não sei ao que se deve, mas o diagnóstico já deve estar feito pelos atores locais, mas no processo de atração e retenção de pessoas existem quanto a mim 3 prioridades:
Serviços de saúde – Sem saúde nada se faz; Agricultura – Porque é necessária comida para alimentar as pessoas; Educação – Precisamos de ter pessoas competentes e melhores cidadãos.
É importante valorizar o ensino profissional, aprendizagem ao longo da vida, a ligação das empresas aos estudantes e fomentar a possibilidade de os jovens experimentarem antes de decidirem por uma “carreira”.
Existem depois uma série de outros pontos importantes: Um serviço de emigração local, Habitação, Mobilidade, Escolas (desde infantários à Universidade – polo de Turismo), zonas de lazer, Centros de Dia e IPSS, centros de divertimento, Justiça…
Mais do que atração de empresas âncora, é preciso trabalhar e fomentar a cooperação multissetorial das empresas que já existem no concelho, até porque este é um tema que importa a todos os setores. Ao promover projetos conjuntos entre diferentes setores, visando por exemplo, a incorporação digital e focando no desenvolvimento, reutilização, conseguimos abranger vários desafios de diferentes setores, e ainda, alavancamos áreas conexas como o desenvolvimento de software, materiais, logística, otimização de processos, etc.
JSM: Como se monta uma estratégia de atrair e fixar pessoas na Região Centro? Como isso se faz? Que tipo de educação se oferece ajustada às necessidades? Que perfil de pessoas querem nos vossos quadros?
CA: Temos que perceber como funcionam as redes que estão envolvidas na construção das políticas públicas e que têm impacto no desenvolvimento económico local. A ideia é identificar, em cada local,quais os agentes e instituições que mais influências têm na tomada da decisão e através de indicadores, ajudar os autarcas a prestar um melhor serviço aos munícipes. Estou preocupado com o trabalho da comunicação social que só vai à procura das coisas más, nomeadamente o estado de direito e a corrupção, aquisição dos serviços diretos etc, etc.
Os nossos políticos não percebem que somos muito pequeninos à escala europeia. Uma cidade média europeia tem 300 000 habitantes. Parece-me, às vezes, que os municípios não querem trabalhar em conjunto. Interessa é haver planeamento, juntos encontrar novas redes, ter pessoas de outras cidades/municípios. Precisamos de atores políticos que puxem pela Região Centro.
JSM: Que projetos pretende implementar futuramente? Esses projetos poderão passar por Seia?
CA: É minha intenção continuar na área dos semicondutores e microeletrónica e temos a ideia de trabalhar na área do chip design e chip packinging dos semicondutores, que necessita de equipamento muito específico e pessoas altamente treinadas, que nós ainda não temos e que temos que atrair para Águeda e formar. Neste momento parece-me difícil atraí-las para Seia.Talvez um projeto mais ligado às tecnologias digitais, por exemplo, desenvolvimento de software, que só precisamos de computadores e fibra, seja mais fácil de implementar em Seia. Mas quem sabe, talvez um projeto ligado à área da formação para quadros das empresas, aproveitando as condições da região de Seia em termos de turismo e a boa gastronomia.
Deixo aqui uma mensagem de confiança e otimismo para os jovens, dizendo que está tudo por fazer. Precisamos de novas formas de produzir energia, novas formas de mobilidade, novas formas de produção, novas formas de fazer trabalhar, novas formas de valorizar o tempo que estamos juntos, mas não nos podemos esquecer que o que fazemos para nós mesmos, morre connosco. Só o que fazemos pelos outros e pelo mundo permanece.
Edifícios de Fornos de Algodres e de Gouveia foram contemplados.
Foram assinados, esta segunda-feira, 21 de abril, um total de 24 protocolos entre a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI), a Guarda Nacional Republicana (GNR) e a Polícia de
Segurança Pública (PSP), num investimento global de 6,7 milhões de euros.
Numa cerimónia que decorreu no Salão Nobre do Ministério da Administração Interna, o Secretário de Estado da Administração Interna, Telmo Correia, homologou a assinatura destes protocolos – 15 entre a SGMAI e a GNR, e 9 com a PSP –, no âmbito do Decreto lei de Programação de Infraestruturas e Equipamentos das Forças e Serviços de Segurança (DLPIEFSS).
Os protocolos assinados vão permitir às Forças de Segurança realizar investimentos considerados prioritários e urgentes, nomeadamente um conjunto de reparações indispensáveis em resultado de recentes intempéries, em várias instalações da Guarda Nacional Republicana e da Polícia de Segurança Pública, assumindo estas Forças de Segurança, pela primeira vez, a condição de responsáveis diretas pela sua concretização.
Estes investimentos destinam-se à reabilitação de edifícios nos concelhos de Aljustrel, Alter do Chão, Aveiro, Bragança, Cascais (Estoril), Chaves, Fornos de Algodres, Gouveia, Guimarães, Lisboa (Ajuda, Beato, Comando Territorial, Grafanil, ISCPSI, UEP e USHE), Marinha Grande, Setúbal, Sintra (Belas,
Queluz e Mem Martins), Valença, Vila Nova de Gaia e Viseu.
A Sociedade Musical Estrela da Beira deslocou-se, esta sexta-feira Santa, a Salamanca, para participar na Procissão do Santo Enterro.
Contudo, a chuva que caiu com grande intensidade durante todo o dia, impediu a saída da Procissão e a atuação da Banda de Santa Marinha.
Apesar do seu cancelamento, a Banda de Santa Marinha fez questão em deixar o seu contributo e, por isso, tocou para todos os que esperaram ansiosamente pela hora de saída da Procissão do Santo Enterro.
Um nobre gesto de consideração e de apreço deixado por estes músicos nesta cidade espanhola.
Desde 2014 que a SMEB participa nas festividades quaresmais e pascais em Salamanca a convite da Ilustre Cofradía De La Santa Cruz Del Redentor Y De La Purísima Concepción Su Madre.
Os Bombeiros Voluntários de Manteigas receberam, pelas 12:30 de hoje, um alerta para o resgate de quatro atletas de trail que se encontravam em treinos na zona do maciço central.
Devido às condições atmosféricas que se faziam sentir foi necessário proceder ao seu resgate na zona da Nave da Mestra.Para o local foram mobilizados meios do CB de Manteigas ABSC06; VAOP02; VCOT01; VOPE03, tendo sido auxiliados pelos CBS de Gouveia, Seia, Loriga Covilhã, FEPC, UPES e SIV de Seia, num total de 28 operacionais.
As vítimas encontravam-se conscientes e orientadas, apresentando indícios de hipotermia, tendo sido estabilizadas no local.
Contactado pelo JSM, o comandante dos BV de Manteigas, Daniel Saraiva, disse que “esta foi uma operação complexa e demorada atendendo as condições atmosféricas que se faziam sentir, assim como devido à localização das vítimas que obrigou que as equipas de socorro fizessem o resgate apeados usando os trilhos existentes.”
Estão abertas as inscrições para a 31.ª edição do CineEco – Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela, que se realiza de 10 a 18 de outubro.
Organizado pelo Município de Seia desde 1995, o CineEco é o único festival de cinema em Portugal inteiramente dedicado à temática ambiental, decorrendo de forma ininterrupta há três décadas. Com o lema “Filmes que mudam o mundo”, o Festival é um ponto de encontro entre realizadores, investigadores, especialistas e o público em geral, promovendo o debate em torno das grandes questões ambientais da atualidade.
Com uma missão assumida de consciencialização e reflexão ambiental, o CineEco distingue-se por oferecer uma programação diversificada e de qualidade, dando visibilidade a cinematografias alternativas e valorizando o património natural e cultural. O evento aposta também na formação de públicos, através da promoção da história, estética e linguagem cinematográfica, aliadas à defesa do ambiente.
As candidaturas para filmes a concurso decorrem até ao próximo dia 6 de maio e devem ser submetidas através das plataformas Festhome (www.festhome.com) ou FilmFreeway (https://filmfreeway.com/). Serão admitidas obras de ficção, documentário, animação e experimentais, produzidas após 1 de janeiro de 2024, destinadas a cinema ou televisão, de qualquer parte do mundo.
O Festival contempla várias competições, nomeadamente: Competição Internacional de Longas-Metragens, Competição Internacional de Curtas e Médias-Metragens, Competição de Longas e Curtas-Metragens em Língua Portuguesa, Competição Panorama Regional e Competição de Curtas-Metragens até 10 minutos.
No total, estão previstos prémios em 11 categorias, num valor global superior a 12.000 euros, destacando-se o Grande Prémio Ambiente, no valor de 2.500 euros, para a melhor longa-metragem internacional. Serão ainda atribuídos prémios temáticos, como o Prémio Antropologia Ambiental, Educação Ambiental, Valor da Água, entre outros.
Em 2025, o CineEco celebra 30 anos com uma nova identidade visual, que reforça a sua profunda ligação à Serra da Estrela e ao seu património natural. O novo logótipo reflete essa essência e o espírito da montanha: um festival enraizado no território, que se assume como guardião dos valores naturais e dá voz à proteção do planeta e dos seus ecossistemas.
E quer afirmar-se como “um polo emergente de investigação científica com impacto académico nacional e internacional”.
O IPG duplica de três para seis as Unidades de I&D em que participa com classificação positiva pela FCT. Passa de uma para quatro as que foram classificadas com “Muito Bom”, podendo agora submeter à A3ES cursos de doutoramento em biotecnologia e – em associação com outras instituições – também nas áreas do desporto, da engenharia eletromecatrónica e do património, artes e restauro. “É um ponto de viragem para o Politécnico da Guarda, que reforça o seu papel nacional na investigação científica”, afirma o presidente, Joaquim Brigas.
O Instituto Politécnico da Guarda – IPG viu a sua Unidade de Investigação & Desenvolvimento em biotecnologia “Biotechnology Research for Innovation and Design of Health Product” ser esta semana classificada com “Muito Bom” pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). Para além desta unidade própria – criada de raiz na Guarda e que lhe permite, a partir de agora, propor cursos de doutoramento em biotecnologia – o Politécnico da Guarda participa também noutras três Unidades I&D que obtiveram a classificação de “Muito Bom”, nas quais poderão ser submetidos à Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES) doutoramentos nas áreas do Desporto, do Património, Restauro e Artes e dos Sistemas Eletromecatrónicos.
“São excelentes notícias para o Politécnico da Guarda, mostrando que a política científica definida para as suas escolas nos últimos anos está a dar bons resultados”, afirma Joaquim Brigas, presidente do IPG. “Quer nos projetos europeus que integra ou lidera, quer nas candidaturas à FCT, os docentes e os investigadores do IPG estão a ter desempenhos de excelência que representam para a instituição um financiamento global superior a 2,5 milhões de euros”.
Das Unidades I&D classificadas com “Muito Bom” destaca-se o Sport Physical Activity and Health Research & Innovation Center, recentemente constituído, na qual o IPG participa num consórcio liderado pelo Centro de Alto Rendimento de Rio Maior. O Politécnico da Guarda participa igualmente no consórcio do Technology, Restoration and Arts Enhancement Center, liderado pelo Politécnico de Tomar, e no Electromechatronic Systems Research Centre, liderado pela Universidade da Beira Interior, ambos classificados com “Muito Bom” pela FCT.
Com a classificação de “Bom” continuam o Centre for Tourism Research, Development and Innovation e o Centre for Studies in Education and Innovation, dos quais o IPG faz parte.
“Polo emergente de investigação científica”
“A duplicação do número de Unidades I&D com classificação positiva da FCT em que o Politécnico da Guarda participa é fruto de uma estratégia institucional sólida e bem definida que mostra agora resultados concretos e sustentáveis”, afirma Joaquim Brigas. Para o presidente do Politécnico da Guarda é, porém, mais significativa a conquista pela instituição de condições para – sozinha, no caso da biotecnologia, e em conjunto com outras instituições nas área do desporto, da engenharia eletromecatrónica e do património, artes e restauro – propor à A3ES novos cursos de doutoramento: “O reconhecimento da capacidade de investigação de elevada qualidade destas estruturas, duas delas logo na sua primeira avaliação, é um sinal claro da eficácia da política científica da instituição”, afirma Joaquim Brigas. “É um ponto de viragem para o Politécnico da Guarda, que reforça de forma expressiva o seu papel no panorama nacional da investigação académica”.
A diversidade das áreas abrangidas — da biotecnologia à engenharia, passando pelo desporto, restauro, turismo e educação — “é para o IPG uma aposta em ciências interdisciplinares, alinhadas com os grandes desafios sociais, tecnológicos e ambientais da atualidade”. O Politécnico da Guarda quer afirmar-se como “um polo emergente de investigação científica com impacto académico nacional e internacional”.