JORNAL DO CONCELHO DE SEIA E REGIÃO

Eventos, Cultura e Lazer:

“Um lugar à varanda”Produção d’Fusão apresenta a programação cultural para Valezim, Loriga e Sabugueiro

Entre setembro e novembro, a programação cultural regressa a...

Festival de Sopas da Serra da Estrela decorre a 9 de novembro, em São Paio (Gouveia)

O 24º Festival de Sopas da Serra da Estrela...

Festival do Cobertor de Papa

A freguesia de Maçainhas (Guarda) vai acolher, este fim-de-semana...
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“Não”, uma palavra fácil ou difícil de dizer?

Maria
Pergunta: Precisava da tua ajuda para fazer um trabalho. Será que podias ir lá a casa logo à noite?

Joana
(Pensamentos: Não me dava muito jeito, tenho tantas coisas para fazer… se disser não vai ficar chateada comigo, não quero nada arranjar problemas…)
Resposta: Sim, claro! A que horas?

Quantas vezes já se deparou com uma situação em que foi difícil dizer “Não”?
Nas crianças, o Não está, muitas vezes, na ponta da língua. E nos jovens adultos / adultos? Onde estará? Onde se esconde?
Certamente já se sentiu culpado quando disse “Não” ou ficou sobrecarregado por ter aceite mais tarefas do que poderia realizar…
Mas afinal, porque é que é tão difícil dizer “Não”?
Uma das razões é o medo de desiludir os outros e de causar desagrado. Queremos ser aceites e por isso temos pensamentos de que devemos estar disponíveis e aceitar tudo o que nos é proposto.
Outras pessoas podem sentir culpa, pois pensam que são “egoístas” caso recusem dar algum tipo de ajuda. Associado a este motivo, surge também a pressão social. “Tenho de estar sempre disponível, tenho de ser prestável”.
Regra geral, a dificuldade em dizer “Não” associa-se à baixa auto-estima, a sentimentos desagradáveis, a pensamentos negativos e crenças limitantes (“Se disser que não, vai deixar de gostar de mim”).
A verdade é que dizer “Não” traz benefícios para a nossa saúde mental e para o nosso funcionamento. Não podemos fazer tudo, nem ajudar todos. Os limites existem e são benéficos para as nossas relações, inclusive para a relação connosco próprios.
Não podemos controlar a reação dos outros quando dizemos “Não”, mas podemos escolher relações saudáveis, estabelecer limites igualmente saudáveis evitando sobrecarga emocional, stress, falta de tempo para o autocuidado e relações desequilibradas (ninguém se sente confortável em relações onde “se dá mais do que se recebe”).

Importância da segurança informática: Para além de uma simples palavra-passe

Num mundo digitalizado, onde os nossos dados pessoais, bancários e profissionais estão constantemente online, continuamos a utilizar palavras-passe simples para todas as nossas aplicações e ferramentas digitais. Desde o clássico “123456” ou “0000” até à data de nascimento, é comum querermos uma única palavra-passe para tudo. Isto facilita a memorização, mas também a torna vulnerável para aqueles que exploram estas fragilidades.
Pensamos sempre que nunca nos vai acontecer, mas, na verdade, muitas vezes somos nós próprios que expomos a nossa informação. Por exemplo, quando partilhamos tendências nas redes sociais que revelam aspetos da nossa vida ou dados aparentemente inofensivos. Também quando recebemos mensagens que jogam com a nossa pressa e medo.
Já recebeste alguma vez uma mensagem no telemóvel ou e-mail a alertar sobre uma dívida, um problema com o banco ou que a tua conta será bloqueada? Ou um aviso de que a tua encomenda não será entregue corretamente se não atualizares os teus dados? Há inúmeros esquemas que tentam levar-te a inserir informação pessoal sem verificar a sua autenticidade, aproveitando a urgência do momento.
Existem muitas formas de comprometer a tua segurança informática: no telemóvel, no e-mail, nas redes sociais, em aplicações financeiras e muito mais.
Não há soluções infalíveis, mas há recomendações essenciais para reduzir os riscos:

  • Utiliza palavras-passe seguras e únicas (12-16 caracteres, combinando maiúsculas, minúsculas, números e símbolos). Não as repitas em diferentes aplicações, nem utilizes nomes, datas ou palavras comuns.
  • Mantém tudo atualizado. Não cliques em qualquer link que recebas por e-mail ou mensagem. Verifica sempre o domínio ou o URL e certifica-te de que corresponde à entidade que supostamente o enviou.
  • Desconfia de mensagens suspeitas e, em caso de dúvida, acede diretamente ao site oficial para validar a informação.
  • Informa-te e partilha estas recomendações com as pessoas próximas.

Jesús Rodriguez – Programador Web – dappin – Agên. Marketing

Turismo Religioso – oportunidade a explorar no concelho de Seia

O Turismo Religioso é, na atualidade, um dos importantes motivos para viajar, atraindo um cada vez maior número de interessados em todo o Mundo.

Em Portugal o Santuário de Fátima é o expoente máximo deste tipo de turismo atraindo anualmente milhões de visitantes, quer nacionais, quer estrangeiros.

De facto, o interesse de estrangeiros e nacionais pelo turismo religioso tem vindo a aumentar, quer para destinos mais tradicionais, quer para novos destinos que se evidenciem como suficientemente atrativos.

O concelho de Seia tem uma enorme riqueza em monumentos religiosos contando com mais de 75 capelas e 32 igrejas, num total de mais 100 templos, para além de vários santuários.

As igrejas existentes estão tradicionalmente ligadas às paróquias, cujo número se tem mantido mais ou menos constante no concelho, apesar da diminuição populacional, não tendo acompanhado a redução de freguesias que se verificou recentemente por razões de natureza administrativa.

As capelas existem quer em localidades que são “sede” de paróquias, quer em localidades mais pequenas, que ainda assim não prescindem de ter o seu próprio local de culto e devoção.

Nas mais de sete dezenas de capelas existentes por todo o concelho encontramos homenagem quer a santos mais populares como S. João ou Santo António, mas também invocações menos vulgares como a da Senhora da Tosse, a da Senhora da Estrela, a da Senhora do Ar, a da Senhora da Boa Sorte, a da Senhora da Paz ou a capela dos Doutores.

Em termos de santuários destacam-se, entre outros, a Senhora da Guia em Loriga, a Senhora da Saúde em Valezim, a Senhora da Lomba em Pinhanços, a Santa Eufémia em Paranhos da Beira ou a Senhora do Desterro em S. Romão.

A todo este património religioso edificado haverá que associar a respetiva arca sacra, existente nos vários templos, com alguns exemplos de grande beleza, assim como as centenas de imagens de santos que lhe estão associadas.

Todo este património é, por si, mais que suficiente para permitir definir um ou mais roteiros de turismo religioso no nosso concelho tornando-o, assim, ainda mais atrativo.

No concelho de Seia temos ainda a oportunidade de, na elaboração dos roteiros, conjugar elementos de Turismo Religioso com elementos de Turismo de Natureza, o que tornará os percursos mais singulares e atraentes.

Naturalmente que os roteiros a desenhar, para além das temáticas de Natureza e Religiosa deverão incluir também os aspetos gastronómicos regionais e promover o alojamento local, potenciando a dinamização económica das localidades e contribuindo assim para um desenvolvimento mais harmonioso de todo o concelho.

Este trabalho deverá, em primeira instância, ser desenvolvido pela Câmara Municipal, mas com o indispensável envolvimento do Arciprestado de Seia, da Diocese da Guarda e também das Aldeias de Montanha.

Após a definição dos roteiros é absolutamente necessário efetuar a sua divulgação e promoção através de meios e canais adequados e eficientes, por forma a conseguir uma maior atração e procura turística ao longo de todo o território do nosso concelho.

Julga-se, portanto, importante aproveitar as potencialidades existentes em termos de património religioso em articulação com as belezas naturais existentes para, desse modo, atrair mais turismo tendo em vista a dinamização económica do concelho de Seia, o seu progresso e o aumento do bem estar das suas populações.

Foto: Santuário de Nossa Senhora do Desterro. O Santuário é composto por um conjunto de 10 capelas, erguidas ao longo de mais de 200 anos (entre 1650 e 1892) nas margens do rio Alva, na Senhora do Desterro, em São Romão.

O Medo Não Vota, Mas Manda Muito Três Votos, Uma Voz – A Tua

Diz-se que a democracia se faz de vozes, opiniões e debate aberto. Diz-se. Mas se a democracia é, como diria Abraham Lincoln, “o governo do povo, pelo povo e para o povo”, então em Seia parece mais um governo sobre o povo, apesar do povo e longe do povo.

A percepção que tenho, pelo que leio na imprensa, vejo nas redes sociais e ouço em conversas com amigos, não é que as pessoas estejam silenciadas – mas apenas sussurram. Murmúrios. Aquele falar em surdina, onde se dizem verdades baixinho. Ou seja, não é por falta de opiniões. É por excesso de receios.

Porquê? Porque há sempre um fantasma a pairar sobre as conversas: o medo das represálias, das portas que se fecham, dos favores que não chegam. Fico com a impressão de que, em Portugal e em Seia, a liberdade de expressão não está bem de saúde – talvez esteja com febre, de cama, embrulhada numa manta, a tomar chá de limão e à espera que ninguém repare muito nela. Não é que não se possa falar, mas há um entendimento tácito de que convém não dizer demasiado alto.

Afinal, nunca se sabe quando se vai precisar de uma ajudinha da câmara, de um subsídio para uma associação, ou de uma licença aprovada sem demasiadas burocracias. E quando se vive num concelho pequeno, onde quase todos se conhecem, a política transforma-se num jogo de equilíbrios: se falas de mais, ficas marcado. E quem é que quer ficar marcado? Ninguém, claro! O risco de expressar uma opinião pode ser tão grande que mais vale aplicar a velha estratégia da sobrevivência rural: “não te metas nisso”.

Também me disseram para não me meter nisto de escrever artigos. “Para quê?” – dizem-me. “Já sabes como isto funciona.” Pois sei. E é por isso mesmo que escrevo. Porque já chega de funcionar assim. “ – ouvindo bem, parecia quase um aviso, um reflexo de resignação coletiva. Mas, sinceramente, acho que precisamos mesmo todos de nos meter nisto, de arregaçar as mangas e participar ativamente!

Este ano, Portugal vai a votos três vezes: legislativas, autárquicas e presidenciais. Três oportunidades. Três momentos em que podemos, e devemos, dizer o que queremos para o país e para os nossos concelhos. E, mesmo que tudo em nós diga que não vale a pena, temos de resistir a esse impulso.

Sim, sabemos que não ajuda ver um chefe de gabinete do ex. primeiro-ministro (António Costa) com 75 mil euros em notas escondidas em garrafas, ou uma pen com segredos de Estado esquecida num cofre. Não ajuda ver o primeiro-ministro atual (Luís Montenegro) com uma empresa de família a faturar com um grupo de casinos. Tudo dentro da legalidade, gritam as claques partidárias. Mas o cheiro da promiscuidade é mais forte do que o perfume da legalidade.

E é por estas e por outras que muitos desistem. Que encolhem os ombros. Que dizem “são todos iguais”. Mas se desistirmos, entregamos a coisa pública aos mesmos de sempre. Aos que contam com o nosso silêncio para manter tudo como está.

O problema deste clima de receio é que mina a essência da democracia. Porque uma democracia verdadeira não se constrói no medo, mas sim na participação ativa dos cidadãos. Uma democracia morre não quando se grita demasiado, mas quando se cala de mais.

Portugal e já agora Seia, precisa de mais vozes e menos sussurros. Precisa que se fale alto e claro. Que se discuta, que se participe que se concorde ou discorde. Que se exija. Como bem disse Voltaire: “Julgo o homem mais pela sua capacidade de questionar do que pela sua capacidade de concordar.”

Governar de forma inteligente não é calar a crítica, é aproveitá-la para melhorar.

Não falo de partidos. Falo de cidadãos. De todos nós. Se queremos mudança, temos de sair da plateia e subir ao palco. Mesmo que o cenário esteja gasto e o guião seja velho.

Porque quando ninguém questiona, ninguém propõe. E quando ninguém propõe, os de sempre continuam a decidir por todos. Sempre pelos mesmos. E nunca para os outros.

Por isso, meus caros, vamos lá pôr fim ao encolhimento de ombros cívico e à dieta líquida de opiniões. Está na hora de deixar os sussurros para os confessionários e usar a voz de peito – mesmo que desafinada! Que se lixe o medo, o favor adiado ou o subsídio que nunca vem: a democracia não é uma festa só para convidados. Participem, falem, votem, opinem, irritem-se, proponham – nem que seja só para poderem dizer “eu avisei” quando tudo correr mal. Porque, se continuarmos a deixar isto entregue aos mesmos de sempre, o guião não muda. E já nem as estátuas têm paciência para ver este filme outra vez.

“A Música do Pai”

A música tem uma capacidade única de transmitir emoções e criar laços profundos entre as pessoas. Quando se trata da relação entre pais e filhos, a arte musical assume um papel ainda mais especial, servindo de veículo para expressar amor, gratidão e até saudade. Em Portugal, diversos artistas têm dedicado canções aos seus pais, demonstrando que, independentemente do género musical, a emoção é um fator comum na mensagem transmitida.

Entre as várias composições portuguesas que celebram a figura paterna, destacam-se algumas que se tornaram verdadeiros hinos de homenagem. “Pai”, de José Cid, é uma das mais emblemáticas, com uma melodia suave e uma letra carregada de ternura, onde o cantor expressa a sua admiração pelo pai. Já “O Meu Querido Velho Amigo”, de Tony Carreira, adota um registo semelhante, enaltecendo a cumplicidade e o carinho que unem pais e filhos ao longo da vida.

Por outro lado, artistas mais jovens também têm explorado esta temática. Na família Carreira, há ainda mais duas músicas dedicadas ao pai. David Carreira, na sua “Carta ao Pai”, emociona ao escrever uma mensagem profunda dedicada ao progenitor. Mickael Carreira, com “Meu Pai, Meu Herói”, reforça a ideia do pai como uma figura de força e inspiração. Até no universo do metal, a relação entre pais e filhos encontra espaço para reflexão, como é o caso dos Moonspell com “The Future Is Dark”, uma carta de Fernando Ribeiro para o seu filho, repleta de inquietações sobre o futuro.

Estas músicas evidenciam como diferentes estilos musicais conseguem transmitir a mesma essência emocional. Do pop romântico ao rock mais pesado, passando pelo fado e pela música ligeira, cada género encontra a sua forma de tocar o coração do ouvinte. É esta diversidade que permite que a música chegue a públicos distintos, tornando-se uma linguagem universal de afetos e lembranças.

A importância da música na transmissão de mensagens e sentimentos também se reflete no trabalho de instituições como a Sociedade Musical Estrela da Beira. A nossa Banda tem desempenhado um papel fundamental na promoção da cultura musical e na valorização da expressão artística como forma de comunicação com o público. Através das suas apresentações e iniciativas, a Sociedade Musical Estrela da Beira utiliza a música para transmitir valores, contar histórias e perpetuar tradições, contribuindo para um maior envolvimento da comunidade com esta forma de arte.

A música é, portanto, muito mais do que um simples entretenimento. É um meio poderoso de conexão humana, capaz de preservar memórias, celebrar laços e dar voz a sentimentos que muitas vezes são difíceis de expressar em palavras. No contexto do Dia do Pai, estas composições tornam-se ainda mais significativas, proporcionando momentos de reflexão e emoção para todos aqueles que encontram na melodia e na poesia um eco dos seus próprios afetos.

Próximos serviços da banda:
13/4, 16h: Concerto de Semana Santa
– Igreja Matriz de Sta. Marinha;
18/4: Procissão de Semana Santa
– Salamanca – Espanha;
20/4: Procissão da Ressurreição
– Santa Marinha.

IV Trail do Queijo da Fajãzinha (Ilha das Flores – Açores) – JSM vai ser parceiro deste evento

É com enorme privilégio que o JSM vai ser parceiro do IV Trail do Queijo da Fajãzinha, da Ilha das Flores (Açores).

Esta é mais uma demonstração de que o JSM está a alargar horizontes e a ser conhecido, não só na região, mas, também, em todo o nosso Portugal e mesmo no mundo. Esta parceria é o resultado de todo o trabalho que temos vindo a realizar ao longo dos 33 anos de existência e o reconhecimento por parte de todos os nossos leitores.

Por isso, aceitámos este desafio. Para além da divulgação, é nosso objetivo darmos a conhecer um produto endógeno que tanto nos caracteriza: o queijo. Seia e Fajãzinha vão ficar, inevitavelmente, ligadas e, dizer, que há, mesmo, coincidências perfeitas. Vamos levar mais longe, o que de melhor temos no nosso Portugal e esta parceria irá ser um marco importante para a divulgação, não só deste Trail, mas também, de todas as maravilhas desta Ilha açoriana.

O Trail mais ocidental da Europa

O IV Trail do Queijo da Fajãzinha realiza-se a 11 de outubro de 2025,  na ilha das Flores (Açores) e visa promover a prática regular do desporto e, por inerência, da atividade física, incentivando, ainda, a adoção de hábitos de vida saudável, ao longo do ciclo da vida, independentemente da idade, género, contexto social ou nível de aptidão física. 

Para este ano, a organização está a cargo da Queijaria Pico Redondo, do Atlético Clube da Fajã Grande e do Município das Lajes das Flores, numa clara aposta na continuidade e engrandecimento deste evento e da ilha das Flores, nos Açores.

Este evento desportivo percorre a costa Oeste da ilha das Flores, tanto em trilhos como estrada e conta com diferentes provas, destinadas a diversos tipos de participantes, desde uma caminhada (6km aprox.) e duas distâncias de corrida de Trail (11km e 21km aprox.), bem como o inédito Trail Kids (1 km aprox.).

A primeira fase de inscrições já está a decorrer em:

https://acorrer.pt/eventos/info/3863

Mais informação nas redes sociais do evento:

https://www.facebook.com/traildoqueijofajazinha
https://www.instagram.com/traildoqueijofajazinha

GNR realiza Operação “Páscoa 2025”

A Guarda Nacional Republicana realiza a Operação “Páscoa 2025”, entre os dias 11 e 21 de abril, em todo em o território continental, através do reforço de patrulhamento e da intensificação das ações de sensibilização e fiscalização, com o objetivo de combater a criminalidade, contribuir para a redução da sinistralidade rodoviária, regularizar o trânsito e apoiar todos os cidadãos, assegurando que usufruam das festividades da Páscoa e das respetivas deslocações em segurança.

Tradicionalmente, esta época carateriza-se pela reunião das famílias nas suas regiões de origem e, sendo coincidente com o período de férias escolares, prevê-se um aumento significativo do tráfego rodoviário nas estradas portuguesas. Neste sentido, a GNR, através dos militares da valência territorial e de trânsito, terá em curso a Operação “Páscoa 2025”, que visa garantir a segurança e a proteção das pessoas, não apenas na vertente rodoviária, mas também através do reforço da presença nos locais de festividades e respetivas imediações, zonas residenciais e comerciais.

A Guarda aconselha a uma condução atenta, cautelosa e defensiva, para que o período festivo seja passado em segurança.

 Para um deslocamento em segurança nesta época festiva, a GNR aconselha, em especial, aos seguintes aspetos:

  • Adequar a velocidade às condições meteorológicas, ao estado da via e ao volume de tráfego rodoviário;
  • Evitar manobras que possam resultar em embaraço para o trânsito ou que, de alguma forma, possam originar acidentes, mantendo uma condução atenta e defensiva.

A GNR terá especial preocupação com os comportamentos de risco dos condutores, sobretudo os que ponham em causa a sua segurança e a de terceiros. Assim, os militares da Guarda estarão particularmente atentos:

  • A manobras perigosas;
  • À condução sob a influência do álcool e substâncias psicotrópicas;
  • Ao excesso de velocidade;
  • À correta sinalização e execução de manobras de ultrapassagem, de mudança de direção e de cedência de passagem;
  • À utilização indevida do telemóvel;
  • À incorreta ou não utilização do cinto de segurança e/ou dos sistemas de retenção para crianças;
  • Às condições de segurança dos veículos.

Inauguração do Espaço Energia em Seia pelo Secretário de Estado da Energia, Jean Barroca

O Secretário de Estado da Energia, Jean Barroca, estará em Seia, esta quarta-feira, dia 16, para presidir à cerimónia de inauguração do Espaço Energia, marcada para as 10h00, junto aos Paços do Concelho, no edifício da antiga Livraria Municipal. A cerimónia contará, ainda, com as presenças do Presidente da Câmara Municipal de Seia, Luciano Ribeiro, e do Presidente da ADENE – Agência para a Energia, Nelson Lage. Este novo serviço de atendimento ao cidadão resulta da integração do trabalho anteriormente desenvolvido pela Loja da Poupança Energética, criado pelo Município de Seia em 2017 e até agora sediada no Mercado Municipal, reforçando o compromisso da autarquia na promoção da eficiência energética e apoio à transição energética. O Espaço Energia foi criado com o objetivo de apoiar os munícipes na adoção de medidas que permitam reduzir os custos com energia e melhorar a eficiência energética das habitações. Com foco nas comunidades mais vulneráveis, este balcão disponibiliza aconselhamento personalizado sobre contratação de energia, interpretação de faturas, escolha de equipamentos eficientes, soluções de energia renovável, entre outros temas relevantes. A iniciativa insere-se na Rede Nacional de Balcões Espaço Energia, lançada pelo Governo em parceria com a ADENE – Agência para a Energia.

Pedro Fraga, senense, um dos maiores empresários portugueses na área da tecnologia

Pedro Fraga é um “orgulhoso senense” que nunca esqueceu as suas raízes. Saiu de Seia com 17 anos para estudar informática na Universidade do Minho. Como tantos outros jovens que saem e não regressam, também Pedro Fraga seguiu o seu caminho fora do concelho de Seia. Em 1987 foi um dos fundadores de uma das maiores empresas de tecnologia nacional, a ‘F3M – Information Systems, S.A.’ com sede em Braga. Tudo aconteceu à mesa de um café, em Braga, quando quatro miúdos, que estavam a acabar a licenciatura em Engenharia de Sistemas e Informática, na entrada do 5º ano, tiveram uma conversa sobre o que iriam fazer no futuro e todos concordaram que não queriam trabalhar por conta de outrem, nem queriam ser professores. E, assim, surgiu a ideia de criarem uma empresa, que foi crescendo. Dos quatro sócios fundadores, passou para apenas um, o senense Pedro Fraga. E o percurso de sucesso prosseguiu. Entre 2012 e 2023 foi investidor em dezenas de startups, uma das quais se tornou um dos unicórnios portugueses. Hoje em dia, já são muitos os prémios e reconhecimentos que a empresa e Pedro Fraga têm recebido ao longo dos anos. Em 2016, por exemplo, recebeu o título de embaixador empresarial de Braga por promover o desenvolvimento da economia local e divulgar as potencialidades deste nos mercados externos, considerando que este foi “o corolário de um percurso de coerência e de… querer fazer coisas.

Por questões familiares, vem várias vezes por mês a Seia. Diz que “há inúmeras coisas boas no nosso concelho” e acha que “não vale a pena estragar o muito que foi bem feito ao longo dos anos por autarcas como Jorge Correia, Eduardo Brito, Carlos Filipe Camelo e, agora, Luciano Ribeiro”. Contudo, não acredita, “sem querer ferir qualquer suscetibilidade, que Seia consiga voltar à glória industrial do passado.” E considera que, sendo Seia “o coração da única verdadeira serra portuguesa, o crescimento do concelho devia ser feito à volta do turismo de natureza, muito mais do que o turismo de neve, pois, realisticamente, os apaixonados dos desportos de neve não virão a Seia.” Leia a entrevista que Pedro Fraga deu ao JSM.

Pedro Fraga (PF): Diria que sou um orgulhoso senense que não esquece as suas raízes. Saí, para estudar, na altura optei pela Universidade do Minho, pois pretendia seguir a área designada, nesse tempo, como Informática e havia muito poucas universidades em Portugal a disponibilizarem estes cursos. Tinha a possibilidade de ir para a Universidade Nova em Lisboa ou ir para a UMinho (como aqui lhe chamamos) em Braga/Guimarães e, na altura, optei pelo Minho talvez pela novidade, talvez pela rebeldia da juventude (o mais fácil seria ir para Lisboa até porque tinha lá família) e, hoje, muito anos depois, tenho que admitir que foi provavelmente um feeling que, felizmente, deu certo.

Hoje em dia admito que o retorno a Seia para uma vida a tempo inteiro já é pouco provável, pois tenho a minha vida em Portugal dividida entre Braga e Lisboa  e admito que já me habituei muito a este tipo de vida. Gosto de vir a Seia, sempre, mas, neste momento, não prevejo o retorno. Recordo-me que no início da minha atividade profissional dizia sempre que aos 40 anos voltaria para Seia; depois passei para os 50; a partir daí deixei de o dizer, pois percebi que seria algo pouco provável.

PF: Costumo referir que é uma história… pouco interessante e depois de dizer isto é importante que o justifique. Entre 2012 e 2023 fui investidor em dezenas de startups, uma das quais se tornou um dos unicórnios portugueses e recordo-me bem que muitos dos jovens que procuravam as minhas sociedades de investimento faziam-no com projetos estruturados, com ideias claras de expansão e com definição prévia de mercados. No caso da F3M tudo aconteceu à mesa de um café em Braga, quando quatro miúdos, que estavam a acabar a licenciatura em Engenharia de Sistemas e Informática, na entrada do 5º ano, tiveram uma conversa sobre o que iriam fazer no futuro e todos concordaram que não queriam trabalhar por conta de outrem, nem queriam ser professores universitários (refiro isto pois nessa altura estive um  semestre como monitor da cadeira de Programação de Computadores da UMinho). Logo, como nenhum de nós queria entrar no mercado de trabalho numa empresa e/ou organismo público/privado surgiu a ideia: “e que tal criarmos uma empresa?” Recordo que estávamos em 1987 quando a palavra empreendedorismo não fazia parte do léxico dos jovens de 21/22 anos e numa altura em que a noção de emprego para a vida ainda ia sobrevivendo.

A partir daí a empresa foi crescendo tendo passado dos quatro sócios fundadores (dos quais resto apenas eu hoje, como único acionista do conjunto de empresas) para 10, 20, 30, 50, 100, 150 pessoas… Foi o crescimento normal. Fomos lançando novos produtos (software) para a Economia Social e Óticas; entrámos no setor da Indústria Têxtil e do Vestuário e, mais tarde, no setor da Saúde e “as coisas” foram correndo bem. Como atuamos em mercados verticais (não somos fabricantes de ERPs), a partir de certa altura percecionámos que o mercado nacional seria curto, pois enquanto por, exemplo, quem fornece ERP tem mais de 1 milhão de empresas potencialmente clientes, nós temos nichos de mercado em que existem 2, 3.000 potenciais clientes em Portugal. A partir daí iniciámos já neste século um processo de expansão internacional baseado em dois vetores: exportação pura e dura, ou seja, fornecimento de software para clientes do país X sem estar presente nesses mercados e, por outro lado, um modelo de internacionalização baseado em investimento direto e daí a nossa presença que caminha para 20 anos em Angola e Moçambique. Crescemos, também, em Portugal pela aquisição de empresas, de carteiras de clientes de empresas concorrentes, ou seja, um modelo normal de crescimento que, sem nos ter transformado numa big corp, nos permitiu, passe a imodéstia, sermos um grupo de empresas com algum relevo e reconhecimento no mercado nacional, com um pouco mais de 150 pessoas no total.

Mas, mais do que os achievements de liderança do mercado X ou Y, resultados, etc, etc, o que mais me agrada, ao longo dos anos, é o reconhecimento do modelo de gestão de pessoas da equipa, que nos permite ser, há mais de uma década, uma das 100 melhores empresas para trabalhar em Portugal, tendo no ano passado obtido um fantástico 10º lugar. E digo fantástico, porquê? Há mais de 1 milhão de empresas em Portugal, a candidatura a este prémio não tem custos para as empresas e, por isso, há milhares de empresas candidatas e muitas delas são multinacionais com margens operacionais fantásticas (muito acima das nossas), com processos de gestão testados em todo o mundo e que têm assim uma enorme vantagem em relação à F3M. Por isso, conseguir, de forma constante, estar neste ranking e estar agora no Top Ten é o reconhecimento de um modelo que tem um princípio basilar: o RESPEITO, esse intangível tão tangível, que faz com que um/uma F3Mer (colaborador da empresa) sinta que está a trabalhar numa empresa onde é profundamente respeitado na sua individualidade. Temos algumas máximas que seguimos de forma quase religiosa e que nos têm granjeado o reconhecimento de quem connosco interage: ninguém levanta a voz, nenhum administrador/diretor faz reparos públicos a um seu liderado (fazê-lo é um mero exercício de demonstração de poder…zinho), há uma enorme liberdade de gestão do tempo e sim, este pode ser menos consensual… não somos uma família, pois o que temos é uma empresa privada com fins lucrativos que pretende intervir, socialmente, de forma positiva, junto de todos os seus stakeholders, mas que, em momento algum, se mistura com a família. Sempre recusei o conceito de termos uma empresa com ambiente familiar (isso pode ser bom ou mau) e sempre recusei, também, a mistura da família dos colaboradores na vida da empresa. Talvez seja esta a razão para o facto de haver (não estou a exagerar) mais de 150 eventos diferentes por ano na empresa e contarem-se pelos dedos de uma mão, aqueles que envolvem as famílias dos colaboradores. Gostamos que esses familiares tenham orgulho na empresa do seu/sua cônjuge, pai, mãe, filho, filha… Mas não embarcamos, garantidamente, no conceito da família F3M.

Este conceito que defendo leva a que, tendo eu um filho de 32 anos, com uma carreira universitária quase ímpar em Portugal e com um percurso profissional absolutamente brilhante, a sua atividade não passou, não passa e não passará, garantidamente, pela F3M, pois as empresas não são monarquias dinásticas.

Sobre a questão da motivação, costumamos dizer que o nosso papel como empresa é contratar pessoas auto-motivadas e depois, no dia-a-dia, devemos fazer tudo para não lhes destruir essa motivação. Não temos um saco de motivação para dar aos nossos colaboradores e quem não for auto-motivado dificilmente cresce dentro da nossa organização, mas o que não podemos fazer como empresa é ter atitudes reiteradas que acabem com a (auto)motivação dos colaboradores.

Mas termino esta resposta, novamente, com o foco no respeito: de nada nos vale ter massagista, nutricionista, debates internos com figuras de topo no nosso país, day off no aniversário, biblioteca, bilhetes para espetáculos culturais, duas tardes off por mês, sem perda de remuneração, seguros de saúde, etc. etc. etc. se, no final do dia, não respeitarmos cada um dos colaboradores como uma pessoa diferente de todos os outros, ou tivermos uma organização do trabalho que o obrigue a trabalhar 10, 12, 14, 16h /dia para cumprir os seus objetivos. Tudo se baseia no respeito!

PF: Sim, essa foi uma importante distinção (sem candidatura) que recebemos há poucas semanas, por parte do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. É lamentável que apenas 15.000 empresas em Portugal tenham recebido esse selo de igualdade que distingue as empresas em que a desigualdade salarial entre mulheres e homens anda entre -1 e +1%, ou seja, na prática têm igualdade salarial. Refiro que nada fizemos para isso, não procurámos promover essa igualdade ao longo dos anos, foi algo que, admito, não tínhamos sequer consciência que tínhamos atingido. Isto tem a ver com aquilo que acima falei, o RESPEITO por todos e o facto de não olharmos, como é óbvio, para questões de género, opção sexual, opção religiosa ou, por exemplo, origem e cor de pele, quando contratamos. Aliás, acho isso tão evidente que nem sequer devia ser realçado e, mal, muito mal andarão os empregadores que tenham qualquer restrição a contratações em função dos “itens” que acabei de referir. O que é importante nas organizações é contatarmos bons profissionais e boas pessoas, bons seres humanos que ajudem a manter uma cultura de sucesso.  

PF: Foi uma escolha que, na altura, em 2012, nos pareceu natural, pois como a F3M atua em mercados verticais pareceu-nos que seria lógico estender essa atividade a países com a mesma língua e com o mesmo enquadramento jurídico. Realce-se que a empresa já atuava desde 2007 em África, mas sem uma lógica de empresa e, em 2012, entendemos criar entidades jurídicas autónomas, detidas, maioritariamente, pela empresa mãe. No caso das empresas portuguesas, a sua aquisição, ou melhor, a aquisição da maioria do capital dessas duas empresas, teve a ver com necessidades de crescimento, tanto em termos de capacidade de desenvolvimento de plataforma móveis (DotPro), como em termos de posicionamento geográfico (Megalentejo).

Em 2016, foi nomeado Embaixador Empresarial da cidade de Braga

PF: Sendo lógico que ninguém trabalha para obter reconhecimento não nego que esse reconhecimento seja, muitas vezes, o corolário de um percurso de coerência e de querer fazer coisas. Tanto em 2016, com a minha nomeação como Embaixador Empresarial da cidade de Braga, como, uns anos mais tarde, com a concessão, por parte da cidade da medalha de Mérito Empresarial atribuída no dia da cidade (5/DEZ), olhei para essas duas situações como uma forma de reconhecer uma atividade de vários anos, sempre em prol do desenvolvimento da região e do país, mas, também, olhei para esses reconhecimentos pelo facto da F3M ser umaempresa agregadora, que se relaciona bem com outras empresas e instituições académicas e que ela própria teve, e tem, ao longo dos anos sido reconhecida pelas suas boas práticas de gestão de pessoas.

Resumindo, vejo estes reconhecimentos como a forma de premiar, por assim dizer, um contributo, mesmo que modesto, para a cidade, para a região e para o país.

PF: A incorporação do tema ESG (Ambiental, Social e Organização Corporativa) na gestão da empresa é algo que me parece que sempre esteve presente mesmo antes da sigla ESG entrar no nosso dia-a-dia. As empresas têm um papel social que tem que ir além de criar emprego de qualidade (e não apenas emprego, note-se) e produzir bens e serviços consumidos por clientes. Assim sempre foi real o nosso envolvimento em tentar ter um mundo melhor a nível ambiental e daí o facto de há vários anos nos assumirmos como uma Green Company tendo abolido o plástico em todas as nossas atividades, sendo também de realçar aqui o nosso envolvimento em inúmeras atividades que vão desde desmatamento de espaços florestais, limpeza de praias, limpeza de leito de rios, etc. Realço, ainda, que o nosso edifício sede em Braga foi objeto de um forte investimento em 2023 e 2024 para o tornar um edifício auto-sustentado em termos de produção de energia e otimizado em termos de perdas de temperatura. Na componente Social admitimos que a empresa tem um importante constrangimento que nos tem que levar a ser imaginativos: em Portugal a componente social está muito ligada à extraordinária atividade das organizações sociais, como IPSS, Misericórdias ou Mutualistas. Sendo a F3M o líder nacional no fornecimento de software a estas entidades torna-se complicado, para não dizer inviável, cooperar com investimento financeiro direto às solicitações e necessidades destas entidades, pois como diz o povo “para apoiar uma temos que as apoiar a todas” e isso seria financeiramente inviável para a nossa empresa. A partir daí, o nosso modelo de envolvimento social tem sido suficientemente imaginativo para canalizar apoio e horas de voluntariado para ajudar a resolver situações que fujam do dia-a-dia das organizações sociais clientes e potencialmente clientes. Tem sido um desafio constante, mas julgo que temos sido consequentes e destaco entre centenas de ações a que tivemos nos terríveis fogos de 2017 em que de imediato fizemos em tempo recorde e oferecemos ao país a plataforma web “Juntos por Todos” para monitorizar/organizar/gerir  o apoio que, naquele momento, chegava de todo o mundo em termos financeiros, bens móveis, etc. No que diz respeito ao G de governance estamos ou tentamos estar no domínio da total transparência começando pelos nossos colaboradores. É importante que, a começar pela estrutura interna, todos conheçam o nosso rumo, para onde vamos, qual a razão da decisão A em detrimento da B, quais são os nossos resultados a cada momento, etc. Das inúmeras ações que temos a nível de uma governance aberta, realce-se as sessões “O CEO responde” onde, de forma aberta, respondo a todas as perguntas que os colaboradores queiram fazer, em ambiente presencial.  Também a nível de governance existe um princípio básico queseguimos há muitos anos: a dessacralização da função de quem lidera que tem que ser visto como um colega com responsabilidades acrescidas e não como alguém que foi ungido com um super poder e que tem uma hiper capacidade que o alcandorou à função que tem. Não, o acionista/CEO da F3M, a sua administração, a equipa de gestão, têm todos os dias dúvidas, todos os dias erram e vão continuar sempre a errar, pois são seres humanos comuns. Não pode haver liderança forte se não houver humildade, capacidade de reconhecer que se erra e capacidade de ouvirmos quem trabalha connosco que, muitas vezes, tem uma opinião extremamente válida sobre X ou Y assunto.

O princípio que acabei de enunciar leva-nos à questão da Inovação e ao facto de, ao longo dos anos, acumularmos reconhecimentos e certificações nesta área como já este ano aconteceu, sendo a F3M uma das 61 empresas portuguesas com o estatuto de Inovadora Evolution. Inovamos para sobreviver e isto é um conceito que incorporámos há muitos anos, pois inovar permite primeiro sobreviver e depois crescer. Por essa razão temos uma direção específica para esta área e temos inúmeras ações internas como os Prémios de Inovação, a Plataforma interna de Gestão de Ideias, o Hackathon F3M (24 horas seguidas a idear), o I9Actions (grupo interno de debate de temas inovadores), o IA for Everyone (grupo interno de trabalho especifico para a adoção de Inteligência Artificial por todas as áreas, pessoas e produtos da F3M), etc etc.  

Em 2024, também pela COTEC Portugal, a F3M foi distinguida com o “Estatuto Inovadora”, um exemplo para o país pela robustez financeira, liderança, gestão e desempenho da F3M… Mais uma distinção que demonstra o empenho e o trabalho que têm vindo a realizar na promoção da inovação tecnológica associada à sustentabilidade.

PF: Sim, julgo que a autarquia de Braga tem, na vertente da promoção empresarial, uma das suas maiores apostas. Tendo a autarquia bracarense um enorme dinamismo na captação de investimento externo (à cidade) ao longo dos últimos anos têm chegado a Braga inúmeras multinacionais da área de serviços, no geral, e de serviços IT, em particular. Num pensamento mais básico isto não seria positivo para a F3M, pois coloca muito maior pressão para mantermos os nossos quadros, já que passam a ser assediados por multinacionais com uma capacidade de geração de valor que nós não temos. No entanto, olho para isto de forma positiva, pois além de nos obrigar a ser melhores como organização, permitem sinergias entre empresas que mais tarde ou mais cedo vão potenciar negócios de maior escala. Mas sim, efetivamente sentimos que a CM Braga tem feito muito e de formas muito inovadoras, para afirmar as empresas sedeadas no concelho, muito em articulação com a Universidade do Minho e com o Instituto Politécnico do Cávado e Ave (IPCA).

PF: Na estrutura do RJIES (Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior) está definida a existência de um Conselho Geral onde coexistem membros internos (pessoal docente, investigadores, pessoal não docente, alunos) e membros externos, sendo que este Conselho Geral tem que ser presidido por um elemento externo. Em 2018/19 fui convidado para integrar o Conselho Geral, num novo mandato que ia ser iniciado e a 1ª sessão de um novo Conselho Geral começa por escolher o Presidente de entre os membros externos (7 neste caso). Admito que foi para mim uma total surpresa quando, no final da votação secreta, percebi que o meu nome tinha recolhido a quase unanimidade dos cerca de 30 membros do Conselho. Fiz um primeiro mandato, estou a meio do 2º mandato, mas apesar de não haver limitação do número de mandatos (no atual RJIES) no discurso da minha tomada de posse indiquei que este seria o meu último mandato, pois entendo que qualquer organização precisa de se renovar e dois mandatos, cerca de 7 anos, são suficientes. Tem sido um enorme prazer estar no Politécnico do Cávado e Ave até porque é uma instituição com uma gestão executiva fantástica, com uma líder que é um exemplo do que deve ser uma liderança focada nos alunos e como eu costumo dizer… passei a ter dois amores em termos académicos, a Universidade do Minho e o IPCA.

Repare, eu acho que tudo se consegue gerir quando é feito com prazer. Ocupo hoje mais de uma dezena de cargos deste género, fazendo questão de não receber qualquer remuneração (óbvio) nem Ajudas de Custo (decisão minha). É evidente que, por vezes, isto afeta o meu dia a dia na F3M, pois tenho que gerir a agenda contando sempre com solicitações de entidades como o IPCA, o CCG (Centro de Computação Gráfica da Universidade do Minho) onde ocupo o lugar de Presidente do Conselho Fiscal, a Prochild (laboratório colaborativa na área da infância) onde ocupo o cargo de presidente do Conselho Estratégico, na AEBraga (Associação Empresarial de Braga) onde ocupo os cargos de Presidente da Assembleia Geral e Presidente do Conselho Estratégico, a CIP (onde ocupo um lugar na Direção Nacional), etc., etc. e por, vezes, torna-se não só complexo conciliar a agenda como, também, ter tempo para ler a inúmera documentação associada a este tipo de cargos. Mas, estas responsabilidades dão-me um enorme gozo e enquanto tiver saúde e quiserem o meu contributo continuarei a fazê-lo, pois entendo que se as pessoas me convidam para algo é porque acham que posso ser uma mais valia por pequena que seja. Por outro lado, defendo que a vida profissional não se pode resumir a work, work, work e money, money, money e temos a obrigação de devolver ao nosso país muito do que ele nos deu ao longo da vida.  

“Trata-se de uma região fantástica [Serra da Estrela] em termos de beleza natural e de uma região que tenta viver e crescer num país que caminha todo para o mar.”

Não é vergonha nenhuma aprender com quem já fez antes; é sim um sinal de grandeza intelectual e acho que a esse nível há muito para fazer no nosso concelho.

PF: Venho várias vezes, normalmente mais do que uma vez por mês, por razões familiares. A minha mãe habita em Seia e, naturalmente, se tudo o que consegui (muito ou pouco) a ela e ao meu pai o devo. Por isso, esta é a altura em que eu tenho que estar presente para apoiar quem sempre me apoiou a vida toda.

Sendo orgulhosamente senense sou suspeito para emitir uma opinião, mas tentarei fazê-lo com alguma isenção. Trata-se de uma região fantástica em termos de beleza natural e de uma região que tenta viver e crescer num país que caminha todo para o mar. Costumo até dar a imagem que um dia destes acordamos com os pés molhados, pois vivemos todos à beira mar. Temos no país um problema de modelo de crescimento e esse já dificilmente se inverte. A dificuldade de fixação e pessoas e de atração de investimento não é um problema de Seia, não é sequer um problema de vias de acesso, mas sim um problema de modelo de crescimento. Pensemos num país com uma capital gigantesca (Inglaterra). Se pensarmos na chamada Great London que concentra cerca de 16% da população do país e esta já é uma % gigantesca. Agora reportemo-nos ao nosso país… se somarmos as chamadas Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto temos um pouco mais de 40% da população de Portugal!!! Com este nível de concentração, com o sucessivo retirar de serviços da “província”, é óbvio que as pessoas não ficam. Se o poder central retira do país real os hospitais, os tribunais e se até empresas privadas como os correios, bancos, etc. olham apenas para a rentabilidade e fogem do interior, eu pergunto em linguagem corrente… estamos à espera de quê?  Olhemos por exemplo para um país da nossa dimensão (+-) e com mais população do que nós: os Países Baixos. A seguir olhemos para o sistema de transporte, nomeadamente comboio, deste país e chegamos a números interessantes. Enquanto que nos Países Baixos o país tem uma cobertura fantástica de caminho de ferro em Portugal existem inúmeras regiões sem comboio (Seia, por exemplo) que são apenas servidas e mal por autocarros. Volto assim ao problema de um modelo de crescimento que se limita a privilegiar o litoral  em detrimento do interior. Seia é o interior profundo, longe das 3 principais cidades e muito longe dos centros de decisão. Tudo o que os responsáveis autárquicos conseguem em Seia é tentar combater o Adamastor do centralismo asfixiante, tentando manter o “nosso hospital” mesmo que em versão reduzida, o ensino secundário, robustecer o IPG dando melhores condições de atratividade aos alunos e, sendo realista, fomentando de forma profissional a aposta no turismo e aqui acho que há muito mais que se pode fazer e talvez fosse importante ter mais mundo, conhecendo o que de bom e mau se faz noutros países e noutros concelhos do nosso país. Não é vergonha nenhuma aprender com quem já fez antes; é sim um sinal de grandeza intelectual e acho que a esse nível há muito para fazer no nosso concelho.

“Há uns anos levei para decisão em CA uma proposta de abrirmos uma delegação da empresa em Seia, na perspetiva de criar um pequeno núcleo de desenvolvimento de software.” […] “Não conseguimos, pois não encontrámos pessoas.” […] “Era um sonho meu de muitos anos, sempre acreditei que o iria concretizar, mas não foi possível.”

PF: Uma pergunta curiosa, pois estivemos quase quase a fazê-lo. Independentemente de eu ser o único acionista da F3M não giro a(s) empresa(s) como coisa minha e existe um Conselho de Administração e uma equipa de gestão onde são tomadas as principais decisões e em que o meu peso é de 1 voto. Há uns anos levei para decisão em CA uma proposta de abrirmos uma delegação da empresa em Seia, na perspetiva de criar um pequeno núcleo de desenvolvimento de software. A proposta foi aprovada e era na altura presidente da Câmara Municipal de  Seia o meu caro amigo Carlos Filipe Camelo, pessoa por quem nutro real estima e admiração. Contactámos a CM Seia e indicámos a nossa intenção. Na altura tínhamos até já instalações escolhidas numa parceria com um dinâmico empreendedor local e, num belo dia, em conjunto com um colega meu de Administração e o nosso Diretor de Desenvolvimento de software, viemos reunir com os responsáveis da CM Seia apresentando as nossas ideias de crescimento. Não queríamos, naturalmente, qualquer apoio físico (infraestrutura) ou financeiro, mas sim uma forma de chegar às pessoas a contratar. O que posso dizer? Da parte da autarquia o apoio foi total e aqui escrevo TOTAL em maiúsculas. Foi estabelecida a ponte entre a autarquia e a nossa empresa e tínhamos como objetivo começar por criar um núcleo de desenvolvimento de 10 pessoas, com um líder local que seria esse jovem empreendedor senense. Rapidamente de 10 passámos para 8, depois 5 e, numa última fase, já nos contentávamos com 3 pessoas para arrancar. Confesso que não conseguimos e aqui este plural refere-se à nossa empresa  e à autarquia. Não conseguimos, pois não encontrámos pessoas. É preciso perceber que a tipologia de emprego que uma empresa como a nossa cria é o tipo de emprego que interessa a regiões como Seia, pois na área de IT não se discute salário mínimo e, dificilmente, há empregos remunerados abaixo de 4 dígitos. Tenho que admitir que surgiram jovens sequiosos de trabalhar no mundo IT, mas uma coisa é jogar PlayStation noites a fio e achar que se gosta de tecnologia e outra é ter alguns skills para entrar em áreas de desenvolvimento de software. Reconheço que a autarquia fez um esforço enorme, fez vários contactos e, a partir de certa altura, tentou fazer até pesca à linha mas não foi possível encontrar pessoas. Repare que eu sou um claro defensor que as empresas têm que disponibilizar formação aos seus quadros, não é isso que está em causa, mas sem qualquer soberba, numa indústria de desenvolvimento de software não é possível abarcar várias pessoas (à distância) com conhecimentos nulos do setor. Aliás nessa altura o meu caro amigo (Professor) José Adelino Ascensão, amigo de mais de cinco décadas e engenheiro de sistemas como eu, tentou também cooperar ativamente na procura de gente, mas  os seus esforços também se goraram.

Seia mesmo com ensino politécnico, com uma forte vertente turística (lógico), não disponibiliza formação superior ou pré-superior (TESP por exemplo) nas áreas de desenvolvimento de software e isso torna muito difícil, para não dizer inviável, existirem jovens ao dispor para investimento no sector de IT

Era um sonho meu de muitos anos, sempre acreditei que o iria concretizar, mas não foi possível. Repare que, a nível de desenvolvimento, já tivemos uma operação com dezenas de pessoas na Índia, temos agora uma operação no Brasil em dois estados (São Paulo e Santa Catarina) e, por isso, criar uma operação em Seia, onde nasci e vivi até aos 17/18 anos seria um sonho concretizado. Seia mesmo com ensino politécnico, com uma forte vertente turística (lógico), não disponibiliza formação superior ou pré-superior (TESP por exemplo) nas áreas de desenvolvimento de software e isso torna muito difícil, para não dizer inviável, existirem jovens ao dispor para investimento no sector de IT, no subsector de desenvolvimento de software. O grau de sofisticação do IT português (e aqui não falo da F3M, mas sim do mercado em geral) não se compadece com “gosto muito de computadores, gostava de tentar algo numa empresa de desenvolvimento de software”.

“Eu acho que a falta de pessoas é o principal problema do interior e de Seia.” […] “Se não captar gente, Seia vai definhar e, por isso, temos que nos tornar uma cidade aberta para todos, pois ninguém investe onde não há pessoas para trabalhar.”

PF: Ao falarmos de acessibilidades tento sempre separar o que são eixos rodoviários e o que é caminho-de-ferro. Em relação a este último, a situação de Seia é má, sendo similar à de inúmeros concelhos neste país. Portugal negligenciou e continua a negligenciar a via-férrea como meio preferencial de transporte de pessoas e mercadorias e, nesse aspeto, estamos a anos luz dos nossos vizinhos espanhóis, da Bélgica, dos Países Baixos, por exemplo. Sim, a esse nível Seia não está favorecida. Em termos de eixos rodoviários há um caminho que tem sido percorrido e admitindo que para as autarquias haja sempre necessidade de mais e mais eixos rodoviários, não sinto que isso seja um problema e digo há muitos anos: as estradas que trazem pessoas são as mesmas que as levam. Quando no meu 5º ano de universidade adquiri, pela primeira vez, um carro (um Renault Super 5 TLC na Electro Mecânica Ideal de Seia) demorava 6h30 para vir de carro de Braga a Seia. Hoje demoro pouco mais de 2h. Ok, dir-se-á que a tipologia de carros que uso não é a mesma e a experiência de condução também é maior, mas estamos a falar de 1/3 do tempo. Logo, não podemos dizer e falar continuamente em mais e mais estradas, pois não temos país para isso. Eu acho que a falta de pessoas é o principal problema do interior e de Seia.  Temos que ser atrativos para quem quer vir de fora para Seia e, nomeadamente, quem quer vir do estrangeiro para Portugal. Vivo numa cidade que já foi apresentada na TV Globo como Bragasil, pela existência de muitos cidadãos de origem brasileira. Ótimo, pois a cidade sabe receber. Em Seia temos que captar e saber receber de braços abertos cidadãos de várias nacionalidades, credos ou cor de pele, sem o mínimo laivo de xenofobia e sem contribuirmos para a “lenga lenga mentirosa” da insegurança, que apenas favorece uma visão societária profundamente salazarenta. Se não captar gente, Seia vai definhar e, por isso, temos que nos tornar uma cidade aberta para todos, pois ninguém investe onde não há pessoas para trabalhar.

“…só com mais pessoas haverá mais investimento.” […] “Sim, o risco existe, mas a alternativa é morrermos como país daqui a algumas gerações e a nossa cidade de Seia definhar por falta de investimento.”

Há muitos anos, um professor universitário da UMinho que marcou toda uma geração (o saudoso Professor Altamiro Machado) dizia que às instituições de ensino superior faltava um Diretor de Marketing que trabalhasse a imagem da instituição X para a tornar mais atrativa que a instituição Y. O marketing territorial é algo trabalhado há muitos anos, mas sempre numa perspetiva de atracão de turistas e de investidores. Cada vez mais as autarquias têm que se promover para atrair pessoas sem ter medo que a vox populi local chame a isso… andam a estoirar dinheiro a promover Seia no Brasil ou na Argentina e deviam era gastar esse dinheiro para tapar aquele buraco que está à minha porta. Seia hoje compete com centenas de concelhos para atrair mais e mais pessoas para trabalhar e essas pessoas podem vir do Brasil, do Senegal, do Bangladesh… pois só com mais pessoas haverá mais investimento. Ao contrário das vozes mais conservadoras, sou defensor da captação massiva de trabalhadores e famílias estrangeiras para Seia, para Gouveia, para Braga, etc., mesmo correndo o risco (reconheço-o) de em milhares de pessoas que procuram Portugal haver algumas que não nos procuram pelos melhores motivos. Sim, o risco existe, mas a alternativa é morrermos como país daqui a algumas gerações e a nossa cidade de Seia definhar por falta de investimento. O pensamento pequenino similar ao de Salazar e Caetano conduziu este país a uma amputação intelectual para a qual, como diria Al Pacino em “O Perfume de Mulher”, não há próteses. Temo que essa amputação intelectual esteja, novamente, a fazer o seu caminho em todo o mundo, com alguns seguidores em Portugal e que  uma cultura isolacionista e de rejeição do que é diferente (em 1933 a Alemanha começou assim) nos torne um país sem gente e torne Seia um concelho em que as pessoas  mais novas não ficam e os investidores não colocam 1€. Falando agora como empresário, quem cria emprego são as empresas e não o estado e quem não capta empresas não retém pessoas.

“Temos muita coisa dispersa, muita coisa mal sinalizada, muito spot turístico com acessos fracos (ninguém gosta de andar a fazer todo o terreno com um carro familiar), algum desleixo em algumas zonas e numa competição feroz pela captação desse bem precioso que é o turista, todos os pormenores contam.”

PF: Há inúmeras coisas boas no nosso concelho e acho que não vale a pena estragar o muito que foi bem feito ao longo dos anos por autarcas como Jorge Correia, Eduardo Brito, Carlos Filipe Camelo e, agora, Luciano Ribeiro que tive o grato prazer de conhecer, recentemente, na SCM Seia através do meu bom amigo e grande senense Paulo Caetano. Mas, há algo que se pode fazer e penso que deveria haver um foco claro, sem medo de ser algo como um all in naquilo que é principal potencial do concelho: o turismo. Por mais que pensemos, vamos parar aí e sinceramente a aposta talvez necessite de ser um pouco mais estruturada. Temos muita coisa dispersa, muita coisa mal sinalizada, muito spot turístico com acessos fracos (ninguém gosta de andar a fazer todo o terreno com um carro familiar), algum desleixo em algumas zonas e numa competição feroz pela captação desse bem precioso que é o turista, todos os pormenores contam. Há inúmeras cidades neste mundo que vivem do turismo e têm orgulho nisso. Há inúmeros locais em Portugal que se reinventaram para captar turistas e muitos deles, da sua própria região. Ponte de Lima é disso um bom exemplo, uma terra pequena com milhares de visitantes 52 semanas por ano. Mas, muito realisticamente, será que se pensa devidamente a forma de captação de turista? Que turista?  Ok, vamos buscar uma empresa de consultoria que, provavelmente, coloca (sem desprimor) dois estagiários a fazer uma análise da promoção do turismo na nossa cidade, estagiários (ou não) esses que visitaram em voo low cost Paris e Londres, mas não conhecem os casos de sucesso de Arcos de Valdevez, de Ponte de Lima ou de Amarante. Não vejo, sem querer ferir qualquer suscetibilidade, que Seia consiga voltar à glória industrial do passado e vejo como complexo que Seia possa ser um hub de serviços,  algo em que muitas cidades médias (acima de 150/200.000 habitantes têm apostado), sendo Braga um belíssimo exemplo. Sendo Seia o coração da única verdadeira serra portuguesa, o crescimento do concelho devia ser feito à volta do turismo de natureza, muito mais do que o turismo de neve, pois, realisticamente, os apaixonados dos desportos de neve não virão a Seia. Quando me perguntam como contribuir, diria que quem conhece quase uma centena de países, desde “cidades capital” até a pequenos locais recônditos que se reinventaram para serem ímanes turísticos terá, com certeza, algum conhecimento das motivações de quem viaja.

“… sempre referi que há 3 coias que tenho sempre que referir em intervenções públicas: a F3M, Seia e o Sporting Clube de Portugal.”

“… o meu principal projeto, neste momento, é contribuir na minha empresa para levar a nossa solução Wounds.AI (dispositivo médico para o tratamento de úlceras de pressão) para o maior número possível de países.”

PF: Saí de Seia há mais de 40 anos em termos de vida profissional embora pudesse dizer que Seia não sai de mim, pois assumindo sempre que adoro viver em Braga, nunca, em qualquer intervenção pública, deixei de me assumir como senense. Aliás, sempre referi que há 3 coias que tenho sempre que referir em intervenções públicas: a F3M, Seia e o Sporting Clube de Portugal. Agora falando em termos profissionais e sendo frontal, o meu principal projeto, neste momento, é contribuir na minha empresa para levar a nossa solução Wounds.AI (dispositivo médico para o tratamento de úlceras de pressão) para o maior número possível de países. Quando e se isso acontecer, sem me pôr em bicos de pé, poderei dizer que talvez a minha empresa atinja uma valorização que tornará impossível eu resistir às várias ofertas que tenho tido nos últimos anos para fazer um exit total daquilo que construí profissionalmente nos últimos 38 anos. Nessa altura quero pôr a minha experiência e algum know-how ao serviço de quem precise, sem qualquer objetivo económico: mentoria a jovens, pequenos investimentos no maior número possível de pequenos projetos de base local, etc. Cansei-me de investir em startups das áreas de IT, medtech, etc e numa fase final de carreira quererei ser útil para um mundo de empresas mais reais, aquelas que não são criadas à espera de vender para todo o mundo, mas, muito provavelmente, apenas para aquela rua, aquela vila, aquele concelho, etc. E sim, como projeto pós-profissional quererei ajudar o meu filho a chegar à liderança daquilo que os dois (e não só) chamamos “O nosso grande amor” – o Sporting, clube tão mas tão maltratado nos últimos 25/30 anos incluindo os últimos 6 que muitos (erradamente, na minha opinião) consideram um período de sucesso. Não indo já eu a tempo de me meter nessa empreitada de vida que é liderar um clube com esta dimensão, terei todo o gosto em ajudar o Miguel a conseguir esse objetivo, que foi, sei-o bem, uma das razões, porque, recentemente, deixou de viver no estrangeiro, retornando a Lisboa.

“… tenho de ter a humildade de reconhecer que quem ficou e lutou diariamente contra a interioridade e contra a asfixia do poder central é um verdadeiro herói.”

PF: Sim, uma mensagem de forte admiração pelo que fizeram pelo concelho. Todos eles, sem exceção, são muito mais importantes para o desenvolvimento do concelho do que eu, que saí e não voltei. Não tenho qualquer sentimento de culpa por isso, como é óbvio, mas tenho de ter a humildade de reconhecer que quem ficou e lutou diariamente contra a interioridade e contra a asfixia do poder central é um verdadeiro herói. Não posso deixar de lançar um repto sobre algo que como cidadão me preocupa cada vez mais: continuem diariamente a lutar por um concelho melhor, mas, fundamentalmente, um concelho aberto para receber novos cidadãos vindos de outras partes do mundo.

Trail e Caminhada “Montes de Sensações” em Gouveia

A freguesia de Gouveia vai levar a efeito, no próximo dia 1 de maio, mais uma edição do Trail e Caminhada “Montes de Sensações”, naquele que se promete ser “o melhor evento de sempre”

Nesta iniciativa, que vai já para a sua 4ª edição, os amantes das provas de Trail são desafiados a  escolher uma de duas opções: Trail Longo (25 Kms) ou Trail Curto (12 kms).

São duas provas que trilham, na sua grande extensão, percursos de grande beleza paisagística, em plena área serrana inserida no Parque Natural da Serra da Estrela, contígua a Gouveia.

Nestas salutares competições desportivas, haverá prémios individuais para todos os atletas, para além de prémios pecuniários de, respetivamente, 150€, 100€ e 50€ para os 3 primeiros classificados de cada Trail, em masculinos e femininos.

Os prémios especiais para as 3 equipas mais numerosas são outro estímulo à participação de um maior número de concorrentes.

O evento, para além da competição, visa também proporcionar o contacto com a paisagem deslumbrante da Serra, a sua promoção e a salvaguarda do meio ambiente e da natureza.

Em simultâneo, e também em grande parte do mesmo percurso, decorrerá uma Caminhada, numa extensão de cerca de 6 kms,

O evento termina com um almoço-convívio entre todos os participantes, a que não faltará muita música e muita amizade.

As inscrições podem ser feitas diretamente na Junta de Freguesia de Gouveia, que é a entidade organizadora, ou acedendo a www.acorrer.pt.