A Sociedade Musical Estrela da Beira vai apresentar, no próximo domingo, dia 13 de abril, o Concerto de Semana Santa que irá anunciar a entrada da Semana Santa do corrente ano. Este concerto será realizado, às 16h, na Igreja Matriz de Santa Marinha.
Joaquim Brigas vai encabeçar lista de candidatos a deputados pelo PS pelo círculo da Guarda. Em segundo lugar surge a senense Ana Margarida Cardoso
O atual presidente do Instituto Politécnico da Guarda (IPG), Joaquim Brigas, vai encabeçar a lista de candidatos a deputados do PS pelo círculo eleitoral Guarda às legislativas de 18 de maio.


A Comissão Política Distrital da Guarda esteve reunida esta noite e aprovou já os seis elementos da lista. Assim, Joaquim Brigas surge em primeiro lugar, em segundo Ana Margarida Cardoso (presidente da Federação das Mulheres Socialistas) e em terceiro Fábio Pinto (ex-presidente da Federação da JS da Guarda e atual deputado na Assembleia de Freguesia da Guarda ). Miguel Will (líder distrital da JS) é o primeiro suplente, seguindo-se Tânia Martinho (Almeida) e António Miguel Carvalho (Manteigas).
A escolha terá que ser confirmada amanhã pela Comissão Política Nacional do partido que reúne para aprovação definitiva das listas aos círculos eleitorais.Desde 2018 que Joaquim Brigas é presidente do Instituto Politécnico da Guarda, assumindo a presidência de outras associações tecnológicas e educativas.
Em Junho de 2023, tinha sido reeleito pelo Conselho Geral do Politécnico da Guarda para mais quatro anos à frente do IPG.
OBRIGADA A TODOS! MAIS DE 210 MIL VISUALIZAÇÕES NUM SÓ VÍDEO!
Quando todo o nosso trabalho é reconhecido por tantas e tantas pessoas, sabemos que estamos a seguir o rumo certo.
Temos os melhores leitores, assinantes, anunciantes e amigos, não só no nosso concelho, mas em toda a região serrana, em Portugal e em todos os cantos do mundo.
São conquistas como esta que nos dão alento e motivação para seguirmos em frente e que, diariamente, nos fazem crescer. Sabemos que estamos a seguir o melhor caminho. Sabemos que todo o profissionalismo, credibilidade e isenção com que desempenhamos sempre a nossa profissão nos estão a levar cada vez mais longe.
E uma das provas é esta. Este vídeo, repleto de simplicidade e genuinidade e, ao mesmo tempo, com tanto significado, mostra a riqueza das nossas tradições.
E a recompensa é esta: o vídeo, que foi publicado no final de dezembro de 2024, no nosso Facebook, aquando do evento “Cabeça, Aldeia Natal”, foi visualizado mais de 210 mil vezes, partilhado centenas de vezes e milhares de pessoas reagiram, deixando comentários tão positivos, não só para os seus protagonistas, mas, também, para todos os que continuam a trabalhar neste e por este concelho de Seia.
Agradecemos a todos, sem exceção, o apoio que nos têm dado ao longo dos mais de 32 anos de existência do nosso/vosso Jornal.
Vamos continuar a divulgar e a partilhar tudo o que se passa na região da Serra da Estrela e no concelho de Seia e o que de melhor se vai fazendo por estes lados. Mas também, a acarinhar e a lembrar todos os nossos senenses que se encontram espalhados por todo o mundo e que nos continuam a seguir!
A todos, um MUITO OBRIGADA!
Reveja o vídeo, agora no youtube do JSM.

Município de Seia criou Laboratório de Inovação Tecnológica – o BUG. Espaço visa posicionar Seia como uma referência no avanço tecnológico
O Município de Seia está determinado a afirmar-se como o centro de uma revolução tecnológica na região, explorando o seu potencial único como ponto de convergência para o desenvolvimento da Indústria 4.0, Agricultura de Precisão e Internet das Coisas (IoT). Para concretizar esta visão, Seia criou o Laboratório de Inovação Tecnológica – o BUG, um espaço que promove a inovação aberta e a experimentação tecnológica no domínio das TICE (Tecnologias de Informação, Comunicação e Eletrónica), atualmente instalado no antigo CACE.
Inspirado pelo monotropus lusitanicus, um besouro endémico da Serra da Estrela, o nome e design gráfico do BUG remetem para a analogia com o termo informático “bug”, evocando o espírito de experimentação e descoberta que este laboratório incentiva. Mais do que um laboratório, o BUG é um espaço colaborativo onde engenheiros, programadores, designers e especialistas de várias áreas podem desenvolver soluções tecnológicas, promovendo uma cultura de inovação que conecta dispositivos e sistemas, aproximando o futuro.
No BUG, a prioridade é capacitar a comunidade para o desenvolvimento prático de dispositivos conectados, explorando o vasto potencial da IoT para transformar casas, empresas e cidades em ambientes mais inteligentes e sustentáveis. Este laboratório visa posicionar Seia como uma referência no avanço tecnológico, oferecendo apoio a empresários, startups e jovens empreendedores para testarem e materializarem as suas ideias.
A criação do BUG foi acompanhada por parcerias estratégicas que fomentam o crescimento tecnológico. Um exemplo importante é a colaboração com a Inova-Ria, estabelecida através de um protocolo assinado em janeiro deste ano, que promove a cooperação e desenvolve ações conjuntas voltadas para as TICE. A parceria com a Inova-Ria estende-se ainda à promoção da literacia tecnológica, capacitando estudantes e profissionais da região em competências inovadoras e organizando eventos conjuntos que difundem conhecimento.
Para além da Inova-Ria, o BUG conta com uma rede de parceiros institucionais e empresariais de renome, como o Instituto Politécnico da Guarda (IPG), a Universidade da Beira Interior (UBI), a Enerarea, e empresas como a HEN, entre outras. Estas colaborações posicionam o BUG como uma peça-chave para o desenvolvimento de um ecossistema inovador, que visa transformar Seia num cluster de referência tecnológica na região.
Segundo Luciano Ribeiro, presidente da Câmara Municipal de Seia, “o BUG não só fomenta a inovação tecnológica, mas também atua como motor de desenvolvimento para todo o concelho, promovendo a capacitação de uma nova geração e criando um ambiente que estimula a competitividade e a sustentabilidade em diversas áreas de aplicação. Seia ambiciona posicionar-se na linha da frente da transformação digital, guiando a Serra da Estrela rumo ao futuro.”
O Bug encontra-se aberto às quartas-feiras para o público em geral e nos outros dias, mediante marcação prévia (Município de Seia).
Última hora – São Romão: Sexagenário encontrado sem vida, em casa, ao que tudo indica há já alguns dias
Os Bombeiros Voluntários de São Romão foram chamados, esta tarde, para uma abertura de porta, com socorro, num apartamento em São Romão. Após a entrada, os elementos depararam-se com uma vítima do sexo masculino, já cadáver, ao que tudo indica há alguns dias.
No local encontram-se 8 operacionais, com 3 veículos e autoridade policial.
Os Bombeiros foram chamados ao local, uma vez que os vizinhos já não viam o senhor, sexagenário, há já algum tempo.
Pint of Science: o maior festival de ciência está de volta à Guarda
Um bar, dois cientistas e uma conversa descontraída sobre ciência. É este o mote para mais uma edição do maior festival de comunicação de ciência do Mundo que este ano também irá marcar presença na Guarda. O festival Pint of Science pretende levar cientistas locais para um ambiente improvável, como os bares ou cafés da cidade de Guarda, de forma a desmistificar a ciência para os curiosos de todas as idades.
Nos dias 19, 20 e 21 de maio, investigadores de todo o Mundo serão convidados a discutirem, de forma descontraída, a ciência que desenvolvem, revelando os bastidores do dia-a-dia de um cientista. Nesta 8ª edição do festival em Portugal, Guarda irá acolher o Pint of Science em vários bares da cidade.
De referir que este festival Pint of Science 2025 irá decorrer de norte a sul do país em 10 cidades portuguesas: Almada, Aveiro, Braga, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Faro, Guarda, Lisboa e Porto.
Este evento promove a melhor investigação que se faz em Portugal desde a astronomia às neurociências, das robóticas às geociências, assim como a história ou a arquitetura.
À semelhança de outros festivais, o Pint of Science terá várias sessões a decorrer em diferentes “palcos” da cidade. Uma sessão tem a duração aproximada de 2 horas e é composta por duas conversas com dois investigadores. Cada conversa inclui uma breve apresentação de 15 minutos que serve de ponto de partida para a discussão entre o investigador e o público.
O festival Pint of Science foi organizado pela primeira vez no Reino Unido em 2012 e chegou a Portugal há 8 anos por iniciativa de Daniela Domingues e uma equipa incansável de voluntários que todos os anos organizam mais uma edição.
Anualmente, o Pint of Science celebra a ciência no mês de Maio em simultâneo em diversas cidades dos cinco continentes. O programa completo será divulgado em breve no website (www.pintofscience.pt) e nas redes sociais da Pint of Science Portugal.
Guarda acolhe XXXV Capítulo Extraordinário da Ordem do Caminho de Santiago
Realiza-se nos próximos dias 5 e 6 de abril um dos eventos mais importantes da agenda da Ordem do Caminho de Santiago: o XXXV Capítulo Extraordinário. Uma organização do Clube Escape Livre com o apoio da Câmara Municipal da Guarda, Turismo Centro de Portugal e Diocese da Guarda.

Pela primeira vez, a Guarda e a Região Centro recebem a segunda mais importante reunião da Ordem do Caminho de Santigo, o Capítulo Extraordinário. Este conclave vai marcar a agenda da cidade, mas também colocar a Guarda como epicentro do turismo religioso e cultural.
Esta reunião terá diversos momentos: desde logo três conferências a realizarem-se no dia 5 de abril, sábado, no Pequeno Auditório do Teatro Municipal da Guarda. Pedro Gil de Vasconcelos falará sobre “O Primeiro Turista” expondo a sua experiência como devoto do Caminho e realizador de duas curtas-metragens sobre o tema amplamente premiadas em Portugal e no Mundo. Depois será a vez de Joel Cleto, historiador e apresentador do programa televisivo “Caminhos com História”, que apresentará o tema “O Caminho Português de Santiago: uma herança do Passado. Uma premência do Presente.” Este ciclo de conferência será encerrado pelo Comendador Norte de Portugal da Ordem do Caminho de Santiago, Pablo Rivera com o tema “Comportamento dos peregrinos no Caminho de Santiago.”
Numa cerimónia solene na Sé Catedral da Guarda, serão investidos 22 novos Cavaleiros e Damas a que se seguirá um jantar de Gala no Hotel Versatile. O derradeiro dia deste XXXV Capítulo Extraordinário será dedicado a cumprir parte do Caminho de Santiago que passa pela Guarda em veículos 4×4, com visita ao Museu dos Lanifícios nos Meios. O centro histórico da cidade da Guarda será visitado com uma encenação do grupo Hereditas. O almoço de encerramento será nas Casas do Bragal.
“À Boleia do Pensamento” de Paulo Caetano enche cinema de Seia
O cinema de Seia foi palco, este sábado, da apresentação do livro “À Boleia do Pensamento”, da autoria de Paulo Caetano.
O evento contou com a presença do jornalista da RTP, Jorge Esteves, responsável pela apresentação, e do Padre António Martins, prefaciador da obra, pároco e Coordenador do Gabinete Episcopal de Comunicação.
Perante uma plateia de quase três centenas e meia de pessoas, Paulo Caetano destacou que a sua escrita reflete a sua identidade, pautada pela vivência, determinação e vontade de viver. “Acho que isso está vertido no meu pensamento e, consequentemente, nos meus textos”, afirmou.
No diálogo com o apresentador, o autor manifestou a sua preocupação com os valores da sociedade atual, defendendo que a vida não pode ser vivida ao acaso. “É desafiante escrever com a esperança de chegar a alguém”, confessou.
“À Boleia do Pensamento” é uma coletânea de reflexões sobre a vida, o mundo e a fé, procurando inspirar momentos de constância e adversidade. O autor salientou que a obra representa um regresso aos valores que moldaram a sua vida, procurando incentivar o leitor a abraçar a simplicidade como uma grande virtude.
O livro propõe-se como um convite à introspeção, um bilhete para uma viagem através do pensamento, na busca de compreensão e esperança. Paulo Caetano deseja que cada leitor embarque nesta boleia única, onde a vida se cruza com a reflexão, a fé e o amor ao próximo.
O evento terminou com uma sessão de autógrafos e um momento de convívio entre o autor e os presentes, marcando um final caloroso para uma noite dedicada à literatura e à reflexão.
A Saúde: Um Compromisso Contínuo e uma Responsabilidade Individual
Por: Pedro Lopes, Tesoureiro do Conselho Directivo da Secção Regional do Centro da Ordem dos Enfermeiros
A saúde é um dos bens mais valiosos que uma pessoa pode ter, mas também um dos mais fáceis de negligenciar. No ritmo acelerado do quotidiano, as exigências profissionais, académicas e familiares sobrepõem-se muitas vezes às necessidades do corpo e da mente. No entanto, cuidar da saúde não deve ser visto como uma preocupação ocasional, mas sim como uma prioridade essencial para o bem-estar e a qualidade de vida.
A 7 de abril, assinala-se o Dia Mundial da Saúde, criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para sensibilizar a população sobre a importância da prevenção e dos cuidados diários com o corpo e a mente. Esta data recorda que a saúde não depende apenas dos serviços de saúde, mas também das escolhas individuais e da adoção de hábitos saudáveis.
O impacto das decisões diárias na saúde física é inegável. Uma alimentação equilibrada, uma hidratação adequada, um sono reparador e a prática regular de exercício físico contribuem para um organismo mais forte e resistente. Em contrapartida, hábitos prejudiciais, como o consumo excessivo de alimentos processados, a falta de descanso e o sedentarismo, resultam em fadiga, falta de energia e um maior risco de doenças. O corpo dá sinais quando algo não está bem, e ignorá-los pode ter consequências graves a longo prazo.
A saúde mental é igualmente determinante. O stress e a ansiedade afetam o equilíbrio emocional e podem manifestar-se fisicamente, através de sintomas como insónias, tensão muscular e desgaste constante. Para contrariar estes efeitos, é fundamental encontrar formas de gerir as exigências diárias, seja através de momentos de lazer, de exercício físico ou da manutenção de relações interpessoais saudáveis. Um ambiente positivo, tanto em casa como no trabalho, contribui para um estado mental mais estável e produtivo.
O Dia Mundial da Saúde lembra que a responsabilidade pelo bem-estar é pessoal e intransferível. Pequenos ajustes no estilo de vida, mantidos de forma consistente, fazem toda a diferença. Mais do que evitar doenças, trata-se de investir numa vida equilibrada e plena. Cuidar da saúde não é apenas um dever no presente, mas uma garantia de qualidade de vida no futuro.
Diogo Almeida, um senense que saiu da sua terra para seguir o seu percurso profissional, nacional e internacional, na área cinematográfica
“Quando regresso a Seia e sempre que me é possível, gosto de ver um filme no cinema, na Casa da Cultura […] Local onde, infelizmente, ainda não tive oportunidade de ver nenhum projeto em que tenha trabalhado.”
Diogo Almeida cresceu em Figueiredo, Seia, e fez o seu percurso académico nas várias escolas do concelho. Em 2017 saiu da sua terra natal para estudar Cinema na Escola Superior de Teatro e Cinema, com especialização no ramo de Imagem. Dois anos depois, em 2019, mudou-se para Toronto para concluir os estudos no curso de Broadcasting – Film, TV, Digital Media & Radio, no Story Arts Centre da Centennial College, com a intenção de, em seguida, emigrar e integrar nas indústrias cinematográficas canadianas de Toronto e Vancouver. Contudo, a pandemia veio alterar os planos deste jovem, uma vez que as fronteiras do país foram encerradas e as emissões de novos vistos de trabalho foram congeladas. Esta situação levou Diogo Almeida a regressar a Portugal e integrar projetos na indústria local. Atualmente está a residir em Lisboa e trabalha não só em cinema (filmes, séries, curtas, documentários), como, também, em publicidade, videoclips e, ocasionalmente, eventos ao vivo. Trabalha em projetos nacionais e internacionais, destacando-se Rabo de Peixe, Causa Própria, Histórias da Montanha, Praxx (nacionais), ou internacionais como After Everything, De Perdidos a Rio, Matildas; e eventos como Louis C.K. ao vivo em Amesterdão. Não tem intenção de regressar, porque, a sua carreira não o permite e, como refere, não é em Seia que, atualmente, se encontram aqueles que lhe são mais próximos. No entanto, sempre que pode gosta de voltar e dar a conhecer um pouco de Seia ao resto do mundo, quer pelo convite que faz aos amigos para visitarem a Serra da Estrela durante a época da neve e, também, durante todo o ano, quer através dos queijos e enchidos, que, como diz, acaba por “traficar” para quando está de volta a Lisboa dar a saborear aos amigos e colegas.
Jornal Santa Marinha (JSM): O Diogo é senense, mas encontra-se fora do concelho. Fale-nos um pouco de si, em que localidade do concelho de Seia nasceu, do seu percurso escolar, da sua formação superior… onde reside atualmente e o que faz.
Diogo Almeida (DA): Cresci em Figueiredo e estudei nas várias escolas do concelho até me ter mudado para Lisboa, em 2017, para estudar Cinema na Escola Superior de Teatro e Cinema, com especialização no ramo de Imagem.
Em 2019 mudei-me, de novo, desta vez para Toronto para concluir os estudos no curso de Broadcasting – Film, TV, Digital Media & Radio, no Story Arts Centre da Centennial College, com a intenção de, em seguida, emigrar e integrar as indústrias cinematográficas canadianas de Toronto e Vancouver.
No entanto, a pandemia de 2020 fechou as fronteiras do país e congelou a emissão de novos vistos de trabalho, tendo sido forçado a voltar para Portugal.Com os contactos que já tinha estabelecido em projetos paralelos durante o período em que me encontrava a estudar em Lisboa, comecei a desenvolver trabalho na indústria local. Consegui integrar-me bem na indústria local e estou satisfeito com a escala dos projetos que tenho tido oportunidade de fazer, quer a nível nacional, como internacional.De momento encontro-me estabelecido, na maior parte do tempo, em Lisboa, mas estou constantemente a viajar, de acordo com as necessidades de cada projeto.
JSM: Por que razão deixou a sua terra natal e não voltou?
DA: O segmento da indústria em que integro (departamento de imagem) não tem um carácter de trabalho remoto. Logo, é essencial estar próximo de Lisboa, naquele que é o maior (e para muitos o único) epicentro da, relativamente pequena, indústria cinematográfica nacional, onde estão todos os estúdios, produtoras, casas de equipamento e meios logísticos para a produção de conteúdo.
JSM: O que é um DIT e que funções desempenha?
DA: Um DIT(Digital Imaging Technician) é o responsável pelo lado técnico da imagem digital nas diversas fases da produção, desde o desenvolvimento do “look” do projeto com o Diretor de Fotografia durante a pré-produção, preservação e ajuste do mesmo durante a produção, calibrando, monitorizando e fazendo o controlo de qualidade do material filmado, e ponte de comunicação entre o set e o departamento de pós produção. Depois há o AC/Focus Puller (Assistant Camera) que, ainda que técnico, o seu trabalho remete mais para o lado logístico do departamento de câmara, através da preparação, operação e organização do equipamento utilizado e coordenação da equipa de imagem adicional, como outros assistentes e operadores de vídeo. E claro, focar a imagem durante a captação da mesma.
Eu trabalho não só em cinema (filmes, séries, curtas, documentários), como também publicidade, videoclips e, ocasionalmente, eventos ao vivo.
Dependendo do projeto, desempenho um, de dois cargos distintos, ainda que ambos pertencentes ao departamento de imagem.
JSM: Já trabalhou em diversos filmes e séries. Quer destacar alguns?
DA: Sim, a diversidade entre todos os projetos é dos aspetos que mais gosto naquilo que faço. Destaco alguns projetos nacionais como Rabo de Peixe, Causa Própria, Histórias da Montanha, Praxx; Co-produções como Cold Haven, 18 Holes to Paradise; internacionais como After Everything, De Perdidos a Rio, Matildas; e eventos como Louis C.K. ao vivo em Amesterdão;
JSM: Que projetos está a desenvolver neste momento?
DA: Neste momento estou de regresso a Lisboa, após uma semana no Algarve onde estive a filmar alguns videoclips em película para uma artista local. As grandes produções de 2025 dos próximos meses estão, ainda, por se iniciar e tratam-se de projetos dos quais, infelizmente, não posso falar enquanto os mesmos não forem oficialmente anunciados.
JSM: É difícil ser DIT em Portugal? É uma área em ascensão?
DA: O trabalho de DIT é uma função muito específica cuja existência numa equipa de cinema exige, por si, já uma certa escala de produção, sendo, de certo modo, dispensável ou vista como um luxo em projetos de menor escala, logo o mercado nacional para o mesmo é considerado relativamente um nicho naquela que é, já por si, uma indústria de escala pequena. Esta é, no entanto, complementada pelo surgimento recente de produções internacionais de maior escala em território nacional e acrescida complexidade do lado técnico que se tem vindo a dar nos últimos anos.
JSM: Vem frequentemente a Seia? Quando regressa, o que mais gosta de fazer?
DA: Volto menos do que gostava, pois os meus horários e calendário não me permitem fazê-lo com frequência. Depois, a ausência dos amigos que, na altura, tinha por Seia, devido a também se terem mudado para fora, não deixa muito para fazer, neste que é já uma zona remota. Logo, as minhas visitas são mais focadas em questões logísticas que acabo por tratar quando estou em Seia e ajudo a minha família em tudo o que ela precisa. Para além disto, gosto de estar com eles e saber como estão.
Quando estou por Seia gosto, também, de aproveitar a calma para conduzir um bocado pela serra e ver como tudo tem mudado pela cidade desde a última vez que a visitei. E claro, sempre que possível, ver um filme no cinema, na Casa da Cultura de Seia, quando o seu limitado calendário e seleção de filmes o permitem. Local onde, infelizmente, ainda não tive oportunidade de ver nenhum projeto em que tenha trabalhado.
JSM: Como caracteriza o seu concelho? Sente saudades da sua terra?
DA: É um cantinho do mundo do qual sempre terei saudades e boas memórias. Mas já não é o local com o qual mais me identifico, uma vez que tenho vivido, um pouco por todo o lado e é nestes locais que tenho passado os anos mais interessantes da minha vida.
JSM: Sente-se um senense de sucesso fora da sua terra natal?
Sucesso é relativo, mas estou muito satisfeito com a carreira que tenho e considero um privilégio poder dizer que faço o que gosto.
JSM: Pensa regressar?
DA: Julgo que não. A minha carreira não o permite e não é em Seia que, atualmente, se encontram aqueles que me são mais próximos. No entanto, tenho sempre o gosto de voltar e dar a conhecer um pouco de Seia ao resto do mundo, quer pelo convite que faço aos meus amigos para visitarem a Serra da Estrela durante a época da neve e, também, durante todo o ano, quer através dos queijos e enchidos que acabo por “traficar” para os amigos e colegas quando estou de volta a Lisboa. É uma maneira de eles saborearem um produto maravilhoso da nossa região.